No mês em que o Brasil comemora o Dia do Bibliotecário, optei por elaborar um pequeno texto referendando os profissionais que realizam essa profissão com amor e responsabilidade e, para eles, presto minha homenagem.

Antes de dar vazão aos meus pensamentos, alerto que homenagearei pessoas que passaram e acrescentaram algo a meus conhecimentos e, conforme verão, destaco também colegas que não conheço de tão perto, mas por quem tenho admiração e por isso se encaixam também no tema proposto.

O título desse artigo foi inspirado em uma seção contida em meu blog Caçadores de Bibliotecas. A Seção se chama Bibliotecários(as) fora de série e consiste em um espaço voltado para entrevistas. Nelas, já tive o privilégio de conhecer um pouco mais sobre pessoas que admirava de longe e que, conhecendo os seus percursos por meio dos textos publicados, passei a admirar ainda mais. Entre essas pessoas estão os bibliotecários Moreno Barros, Tiago Murakami, Gustavo Henn, William Okubo, Alex da Silveira e as bibliotecárias Sarah Miglioli, Katty Nunes e Regina Fazioli.

Esse texto é extensivo a todos que se identificam verdadeiramente com a profissão e, em especial, alguns bibliotecários que marcaram a minha vida, seja como usuária de bibliotecas ou como profissional da informação. Nos tópicos a seguir destaco quatro bibliotecárias que tiveram influência super positiva em minha formação e peço desculpas a tantas outras pessoas que não citarei porque o espaço é curto e curto também é o tempo para escrever. Peço que se sintam homenageados aqueles que sabem que fizeram e fazem a sua parte.

  • Não poderia deixar de destacar a figura da bibliotecária Lucila Brandão. Foi ela que me inspirou a buscar a Biblioteconomia como profissão. Diretora da Biblioteca Pública do Amazonas em 1985, Lucila criou serviços inovadores e, naquele período, a Biblioteca era ponto de encontro de muitos. Um dos serviços mais interessantes que havia era algo que se assemelhava a resposta técnica. Consistia num trabalho realizado no balcão de informação logo na entrada da Biblioteca. O transeunte passava na Biblioteca apenas para  pedir informações sobre a cidade. Muitos queriam saber onde ficava tal rua, onde era tal banco, praça etc.. Buscavam informações diversas sobre localizações. Muitas das respostas já eram previamente levantadas e, aquelas que não sabíamos, anotávamos para que numa outra oportunidade facilitássemos a vida dos que precisavam. Nessa época não havia internet e o trabalho de busca era mais lento, porém não menos eficiente.
  • Duas bibliotecárias com quem tive o prazer de trabalhar e que me ensinaram especialmente do ponto de vista da técnica foram Dona Pacífica, com quem trabalhei quando tinha apenas 18 anos (nessa época eu era auxiliar de serviços na Biblioteca Pública do Amazonas), e, anos mais tarde (já estagiária do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Amazonas), tive o privilégio de trabalhar com Dona Izete. Ambas ensinavam aliando competência e paciência.
  • Uma pessoa que muito contribuiu para que a Biblioteconomia, logo no primeiro período de curso, se tornasse paixão e a quem tenho um carinho muito especial: a bibliotecária Sônia Lima, que foi professora substituta do curso de Biblioteconomia da UFAM. Ela havia chegado cheia de inovação e assim compartilhou ideias, falou de projetos, instigou curiosidade, criou aulas fora da sala de aula, organizou eventos, chamou a atenção… Mas sua ação foi suprimida, talvez por ousar demais ou por instigar outros sonhos e atitudes.

Poderia citar outros bibliotecários e pessoas que trabalham em bibliotecas já que optar por falar daqueles que fazem a diferença em tempos em que temos a tecnologia como aliada é uma ação relativamente fácil. Há pouco mais de 15 anos, é válido lembrar que ficávamos sabendo muito pouco do que ocorria em outros estados e quando sabíamos era por meio dos encontros e eventos científicos.

 Hoje facilmente tomamos conhecimento por meio das redes sociais, dos sites e dos blogs que favorecem as condições para que saibamos quando bibliotecários criam serviços, geram ideias, apontam discussões, divulgam pesquisas, pensam estratégias e, entre outras coisas, favorecem aproximação entre os pares.

E é por acreditar que estamos vivendo um tempo de boas perspectivas e ainda seguindo a linha de homenagear a quem admiro que destaco a atuação da equipe da Revista Eletrônica Biblioo, onde aproveito para prestar solidariedade ao Chico de Paula, editor chefe e bibliotecário que vem sofrendo arbitrariedades advindas de quem deveria nos defender.

Chico de Paula realiza um trabalho primoroso, um trabalho de dedicação voltado para a comunicação da cultura informacional. Somente quem tem a responsabilidade de apresentar algo, pensar detalhes, fazer revisão, buscar pormenores poderá imaginar o trabalho que dá colocar uma Biblioo todos os meses em linha. Eu posso imaginar e tiro o meu chapéu não só para o Chico, mas para o Rodolfo Targino e a Emilia Sandrinelli, que trabalham pra caramba acreditando e investindo nesse mecanismo informacional. Penso que seria maravilhoso se todos vissem esse trabalho como elemento contributivo, inovador e que tende a instigar discussões… mas discussões que venham engrandecer a área, nunca punir ou reduzir aquele que se expressa à condição de vilão.

Poderia continuar escrevendo sobre outros colegas a quem admiro e que vejo, realizam o seu trabalho com amor. Há pessoas que não conheço, mas cujos textos eu já li e cujas ideias tive acesso e, por isso, tenho o maior respeito. Sei de bibliotecários que dão duro, atuando em condições adversas, e que fazem um trabalho bacana e não demonstram arrependimento pela formação recebida. Tive alunos que traziam o brilho nos olhos quando falávamos das possibilidades de atuação e muitos desses estão vivendo belas experiências biblioteconômicas.

Em um país que ainda atravessa dificuldades no campo social, onde a educação tem um longo percurso a caminhar, vejo que a Biblioteconomia tem muito a contribuir e somos nós que podemos fazer a diferença. Felizmente temos profissionais engajados que acharam o seu caminho e se orgulham do que fazem. Para esses, desejo um feliz Dia dos Bibliotecários!

Soraia - Bibliotecários - imagem1

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