Era por volta de 2010 (se muito), quando nos encontramos pela primeira vez nos corredores do antigo Centro de Ciências Humanas da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. Ali trocamos nossas primeiras palavras cordiais. Este encontro foi proporcionado por amigos em comum que estavam no mesmo lugar e fazendo as mesmas coisas.

Falávamos sobre política (do Fora Cabral), de música, de teatro, de biblioteconomia. Salvo engano, depois das aulas, paramos em frente a biblioteca central da UNIRIO, e o papo continuou, agora com mais pessoais que ali também estavam.

Nossos laços foram se estreitando. Na época em questão, eu começava a dar meus primeiros passos na escrita (que ainda continuo caminhando visando melhoras). Tempos depois, depois de muito ouvir que eu deveria escrever, enviei meu primeiro texto para a Biblioo. A equipe da revista era composta por outros membros, os quais tenho uma estreita relação até os dias atuais.

Alguns anos se passaram até você entrasse na equipe, e depois, assumisse a chefia da edição. Foi aí, deixando-me por dentro das novidades que se anunciavam, você me fez o convite para ser colunista fixo da revista, o que me alegrou deveras, além de mostrar a importância e o compromisso que eu deveria ter com à escrita.

Nos tempos de parceria entre mim e a revista, trocamos vários papos sobre planos e projetos futuros. De fato, foram poucas as vezes que nos encontramos pessoalmente depois que me tornei colunista fixo da revista, haja vista que neste tempo eu mudei de estado, o que por óbvio, impedia de haver encontros presenciais.

Todavia, meu amigo, a ausência física não impediu que eu aprendesse muito com você, com seus ensinamentos, seu exemplo de profissional comprometido com o que acredita como profissão. E por falar em profissão, você não economizou em escolher áreas. Bibliotecário, jornalista, advogado. O mundo era seu, e você fazia questão de conquistar cada pedaço de chão que se apresentava como oportunidade para sua atuação profissional.

Dentro da área de Biblioteconomia e Ciência da Informação, sua visão empreendedora movimentou o campo científico. Você se mostrou atuante, participando de eventos, promovendo tantos outros. Lançou-se no mundo editorial, acompanhado por quem acreditava nos seus projetos, para suprir uma carência da área. No campo científico deve muito a você, meu amigo. Foram anos de sua vida dedicados aos livros, à informação.

Eu relutei muito em escrever este texto, pois até hoje, passados muitos dias do seu passamento, eu pareço não acreditar na sua precoce partida. Seu legado ficará, sobre isso não pairam dúvidas. Sua forma de contribuir com nossa área certamente dará frutos, e nós os veremos multiplicar amiúde.

Quis o destino que você partisse no dia de nascimento do grande Manoel Bastos Tigre, considerado o primeiro bibliotecário concursado do país, e que foi seu colega de profissão (reservando o tempo histórico) na então Universidade do Brasil. Pelo o que está supracitado, o dia 12 de março é o dia do bibliotecário, e você meu amigo, um dos grandes bibliotecários que eu tive a honra de conhecer, ficará marcado ad aeternun em nosso campo científico e em nossos corações. Tu farás falta aqui, Francisco de Paula, nosso querido Chico!

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