A educação à distância (EaD) no Brasil vem crescendo consideravelmente, fenômeno caracterizado pelo avanço e maior uso das novas tecnologias. Em paralelo o governo brasileiro vem desenvolvendo esforços para promover a expansão da EaD, como a Universidade Aberta Brasil (UAB) e a TV digital. Esta modalidade de ensino não difere muito da educação presencial em sua essência, apenas em alguns aspectos, como a distância física entre o professor e seus alunos, o que não significa que o resultado final, ou seja, a transmissão de conhecimentos seja prejudicada.

O professor da EaD, também chamado de tutor, busca caminhos para viabilizar e intermediar a informação, a fim de que seus alunos construam conhecimento com autonomia. Desde os seus primórdios, a EaD vem utilizando diferentes meios de comunicação para viabilizar a troca de informações e experiências: material impresso, rádio, TV, fax/telefone, computador/Internet entre outros. Cada um destes apresenta características que viabilizam efetivamente os elementos necessários à aprendizagem, devendo ser utilizados de maneira complementar e integrada.

De acordo com a Professora Daniela Spudeit, a EaD garante a aprendizagem e interatividade própria da Internete se tornou um meio de promover a qualificação de profissionais de forma virtual necessária para se garantir pessoas aptas a atuarem num mercado competitivo e em constantes transformações. Sendo assim, cada um pode inovar e estar em constante atualização, rompendo com o uso tradicional do tempo e do espaço neste processo de permanente aprendizado.

A modalidade de ensino a distância tem sido viabilizada para os mais diferentes segmentos educacionais, desde o ensino superior, o ensino fundamental e profissional e os diversos níveis de educação continuada. Esta é uma característica fundamental da EaD: aumentar o acesso à educação, viabilizando programas para aqueles que, pelos mais diferentes motivos, não podem estar presentes na escola tradicional.

As motivações

São diversos os motivos que levam as pessoas a buscarem este tipo de ensino, como a falta de tempo para frequentar aulas presenciais, ou este pode ser um dos meios de se levar conhecimento a lugares mais distantes dos grandes centros urbanos, onde o ensino possui diversas barreiras, como em áreas rurais. O fato é que não se pode negar a importância do ensino continuado, seja ele presencial ou à distância, utilizando-se os recursos tecnológicos disponíveis, a fim de se complementar o ensino. Neste sentido, as instituições que integram esta modalidade de ensino a sua didática estão potencializando o permanente esforço de auto-aperfeiçoamento de seus alunos.

Segundo Miriam Struchiner e Taís Rabetti Giannella, em seu artigo Educação à distância: conceitos e potencialidades, é importante ressaltar que grande parte de nossa população ainda não possui acesso a equipamentos e seus recursos e, consequentemente, não está familiarizada com o seu uso nem está culturalmente adaptada ao meio. No entanto, devido à relevância que a informática tem assumido em nossa sociedade, facilitar seu acesso é compromisso fundamental e deve ser preocupação das instituições educacionais que se ocupam de qualquer modalidade de ensino (presencial, à distância ou ambas).

Neste sentido, o papel dos bibliotecários e, consequentemente, os serviços oferecidos pelas bibliotecas têm sofrido mudanças devido à explosão informacional. O bibliotecário atua como formador educacional, desenvolvendo atividades para auxiliar os usuários a pesquisar e acessar a informação que desejam. Sendo assim, o desafio do bibliotecário, num processo de auto-aprendizagem constante, é conhecer e utilizar as ferramentas tecnológicas para mediar os instrumentos do conhecimento desenvolvendo serviços de maneira virtual, cooperando para a atuação e desenvolvimento do ensino a distância.

EaD: uma aliada do bibliotecário

A educação à distância também tem se mostrado uma importante aliada para a formação continuada do bibliotecário, para os que buscam uma complementação com a especialização e atualização profissional. O bibliotecário desta forma pode capacitar-se sem a necessidade de se ausentar de suas atividades profissionais.

Conforme Eliane M. S. Jovanovich e Vilma A. F. de Jesuz no artigo Novas competências e habilidades: EAD na formação continuada dos bibliotecários, a formação continuada é uma exigência do mercado de trabalho que impõe como padrão de qualidade profissional a escolaridade e especializações. A educação à distância tem se revelado uma perspectiva de crescimento das práticas profissionais. Desta forma, buscar complementação na qualificação em determinadas áreas, tornou-se um objetivo cada vez mais próximo.

Uma importante iniciativa para a classe biblioteconômica foi a criação da lei 12.244/2010 que determina que todas as instituições de ensino, públicas e privadas, devem ter bibliotecas em um prazo máximo de 10 anos, ou seja, até 2020. A exigência naturalmente levará a um aumento na demanda de profissionais para organizar e manter os acervos e atender ao público estudantil. Com base nisso, em outubro de 2012, fora criado o primeiro curso de Biblioteconomia à distância do Brasil, este também tema da tese de doutorado da Professora Mariza Russo, docente e coordenadora do curso de Biblioteconomia e Gestão de Unidades de informação, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Segundo ela, esta é uma forma de suprir a carência de bibliotecários no país, criando-se novas vagas no ensino superior e também de ampliar o acesso à educação superior de milhares de jovens no Brasil.

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