Uma política que encontramos nos grandes portais (seja para compras ou empresariais) e redes sociais é baseada no controle informacional e analise dos perfis dos usuários a fim de traçar estratégias para mantê-los nos seus domínios virtuais.Esses portais investemem serviços e produtos para atender as necessidades dos clientes, mas com intenção de controla-los, para que pensem que tudo que precisam está naquele local e por isso, não precisão procurar em outros lugares.
Esses serviços são constituídos por algoritmos poderosos que tem a função de coletar e criar perfis, dividindo os usuários e clientes em perfis. Isso ocorre de forma tão discreta e silenciosa que muitas pessoas não têm a mínima ideia do que esta ocorrendo, um controle e uma manipulação informacional de proporções mundiais.Até que ponto esse controle pode chegar? Será que restará espaço para a ideia de privacidade nessa sociedade? É assustador pensarmos nisso, em uma sociedade controlada por agentes silenciosos que ceifam nosso direito de escolha e de liberdade.
O autor George Orweel em seu livro 1984 retrata muito bem uma sociedade controlada e observada a todo instante pelo olhar do “Grande Irmão” que observa e controla tudo. Um sistema que funciona com suas engrenagens objetivando a ideia de que “A massa mantém a marca, a marca mantém a mídia e a mídia mantem a massa” segundo George Orweel. Se pensarmos nesse sistema que se replica e se renova, esses agentes ou organizações fazem o papel de um “Grande Irmão” direcionando as pessoas para escolhas determinadas e que se adequem aos seus perfis. Esses portais informacionais geridos por organizações que tudo veem e tudo sabem, decidem e criam maneiras de lidar com esse montante informacional de extremo valor.
Política de personalização da informação
As atuações desses filtros bolhas coletam e manipulam as informações demaneira invisível e de forma automática, pois o usuário não tem a menor ideia de que utiliza ou que exista esse serviço. A ideia de uma Web democrática ou uma internet como uma maneira de compartilhar e explorar o mundo, é completamente distorcida. Nesse contexto a ideia que muitas pessoas têm, de que a internet é livre e democrática cai, dando lugar para um campo de constante observação e estratégias de manipular a informação para fins empresariais e comerciais.Nossa liberdade de escolha cada vez mais diminui e não percebemos isso. Perdemos a sensação de vivenciar as diferenças e a partir dela refletirmos e criamos nosso conhecimento. Nossos caminhos e opções de busca são reduzidos a perfis que definem o que somos e o que consumimos e para cada grupo esses agentes e instituições direcionam produtos desnecessários e lixos, contribuindo para uma época em que nossos computadores, caixas de e-mails e mentes ficam lotadas de uma obesidade informacional, que no fim das contas não tem utilidade nenhuma.
Uma política de personalização da informação é instaurada por empresas como: Facebook, Google, Submarino, Netflix, Amazon e outras que coletam o máximo de informações para enquadrar os clientes nos seus devidos perfis. Esse processo mostra o tamanho do controle e monitoramento que sofremos diariamente.Mesmo diante desse enorme controle, ainda nos restam opções de fugir desse sistema tão poderoso. Possíveis soluções para sair dessa bolha seria realizar modificações na configuração do navegador. Essas modificações reúnem ações para navegar de forma mais segura. Ações como: apagar os cookies nas opções de internet, deletar o histórico e desligar os anúncios personalizados; permitem uma configuração do sistema de uma forma mais personalizada e segura.
Esses grandes filtros mapeiam e gerenciam a nossa navegação. Outro caminho para burlar esse sistema e confundi-lo seria fazer novas consultas e navegar de maneiras diversas, saindo das suas pesquisas rotineiras. O Facebook permite que você faça uma navegação de forma anônima (in private). Essas opções são caminhos que encontramos para manter nossa liberdade de escolha e privacidade. O que ainda encontramos nos programas e ferramentas que essas empresas disponibilizam, são formas de configurar e modificar seus filtros, mas o que devemos questionar é, até quando teremos acesso a essas configurações?
Até que ponto esse controle irá incomodar e nos colocar diante de uma situação em que devemos tomar alguma atitude? Esse controle saiu faz tempo da área comercial e de vendas, partindo para nossa vida social, política, e econômicaetc. Devemos criar modos e fortalecernossas decisões, para obter de volta nossa liberdade de escolha.
Nas palavras de Orweel,esse controle e nossas escolhas estão relacionados e baseados em um ciclo definido por“Quem controla o passado controla o futuro; quem controla o presente controla o passado”.São nossas escolhas e atitudes que irão constituir nossopassado, presente e futuro; e a construção da linha do tempo que move nossas vidas e sociedades não deve estar nas mãos de organização que visam o controle, mas sim em nossas próprias mãos.Decidir exatamente e livremente, o caminho que iremos traçar para nossas vidas e futuro deve ser escolha nossa e somente nossa.
Para maiores detalhes, ver:
Título: 1984
Autor: GeorgeOrweel
ISBN: 9788535914849
Páginas: 416
Editora: Companhia das Letras