“A questão social é um caso de polícia”, assim o presidente Washington Luís (1926-1930) qualificou os incipientes movimentos sociais que incomodavam seu governo. Passado mais de 80 anos de célebre declaração, parece que muito pouco mudou em relação à postura dos nossos governantes.

Na noite de sábado (28/09), a expressão supracitada foi remanejada para outro setor, agora “a educação é um caso de polícia”. É dessa maneira que a prefeitura e o governo carioca enxergam o movimento grevista dos professores das redes municipal e estadual de ensino do Rio de Janeiro.

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Os professores ocupavam o plenário da Câmara de Vereadores da cidade maravilhosa desde a última quinta-feira (26/09), porque são contrários ao plano de cargos e salários da categoria proposto pela prefeitura da cidade maravilhosa. Na noite de sábado (28) foram expulsos de forma truculenta pelas forças policiais. Os gritos que eclodiam das vozes dos educadores no momento da ação desrespeitosa: “Soldado! Soldado! seu filho é nosso aluno e está do nosso lado”, não foram suficientes para conscientizar os policiais que utilizaram além da força física, spray de pimenta, armas de choques, bombas, entre outros.

Para ter uma noção de como foi a ação policial confira o vídeo do Mídia Ninja e não esqueça de tirar as crianças da sala.

Analfabetismo volta a crescer

Na última sexta-feira (27/09) a pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) revelou que as taxas de analfabetismo voltaram a crescer no ano passado.

As taxas estavam em queda desde 1998, foram identificadas 13,2 milhões de pessoas que não sabiam ler nem escrever, o que corresponde a 8,7% da população total com 15 anos ou mais de idade. De acordo com os dados presentes na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad 2012), em 2011 eram 12,9 milhões de analfabetos, o que corresponde a 8,6% do total. Em 2004 a taxa de analfabetismo no Brasil atingiu a 11,5%. A pesquisa consultou 147 mil residências no Brasil.

Por outro lado, o Pnad também revelou que o número de brasileiros conectados à internet e com celulares cresceu nos últimos anos. No Brasil modernidade e atraso caminham de mãos dadas.

Enquanto educação não for levada a sério no Brasil, continuaremos evocando o discurso evolucionista e sendo convencido de que modernidade se resume a possuir o modelo de iphone mais sofisticado do mercado e uma biblioteca pública fechada ou caindo aos pedaços.

 

 

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