No mês de outubro, mais especificamente no dia 28, é comemorado o dia do servidor público que foi instituído no governo do presidente Getúlio Vargas em 1937. Vale à pena lembrar que o poeta brasileiro Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) também foi funcionário público por mais de 40 anos, sendo nomeado na década de 1930, a chefe de gabinete do Ministério de Educação e Saúde Pública.
Como sabemos muitos profissionais da informação (incluo arquivistas, bibliotecários, documentalistas e museólogos) iniciam suas carreiras no serviço público tornando-se técnico-administrativos, principalmente, nas Instituições Federais do Ensino Superior (IFES). Como são instituições que produzem informações e conhecimento através das pesquisas, elas guardam uma massa documental enorme para ser trabalhada e disponibilizada para a comunidade acadêmica e a sociedade em geral. Por isso, são instituições que possuem arquivos, bibliotecas e museus.
Desde o ano de 2013, as atividades dos diversos técnico-administrativos em educação vêm sendo valorizadas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) através do Seminário de Integração dos Técnico-Administrativos em Educação (SINTAE). Este evento tem como objetivo: 1) dar visibilidade à produção acadêmica e profissional dos técnico-administrativos em educação da UFRJ com foco em Gestão Pública e Universidade; 2) promover a integração dos técnico-administrativos em educação através da troca de experiências e conhecimentos das diversas áreas da instituição; e 3) mapear a produção técnico-científica com vistas a integrar os conhecimentos e as experiências desenvolvidas pelos técnico-administrativos em educação da Universidade.
O II SINTAE foi realizado entre os dias 22 a 25 de setembro de 2014 no Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza na Cidade Universitária, Ilha do Fundão (RJ). Segundo a equipe organizadora (Pró-reitoria de Pessoal – PR-4/UFRJ), este evento foi maior que o do ano passado, pois todos os institutos da UFRJ enviaram trabalhos e o SINTAE está sendo um espaço de prestação de contas à sociedade de suas atividades.
O evento teve dois eixos temáticos: Gestão Pública e Universidade; e Ensino, Pesquisa e Extensão. Dos 113 trabalhos submetidos, 96 foram aprovados, sendo 60 na modalidade pôster e 36 na modalidade oral. Ver mais informações no endereço eletrônico do SINTAE e também no Jornal do SINTURJ (Sindicato dos Trabalhadores em Educação da UFRJ), ano XXIII, nº 1094, 29 de setembro a 5 de outubro de 2014: .
Do total dos trabalhos aprovados, 15 destes foram apresentados por bibliotecários e arquivistas que abordaram suas atividades em arquivos, bibliotecas e centros de documentação ou temas ligados à informação, à internet, a museus e à memória institucional. Através destes trabalhos, podemos tomar ciência das atividades realizadas pelos profissionais da informação da instituição, desde processamento técnico de documentos, a divulgação dos acervos dos institutos em eventos científicos, visitas guiadas, da web, como também a participação destes em projetos de extensão. Além disso, conhecemos outros profissionais, como os profissionais da tecnologia da informação (TI), jornalistas, historiadores, preocupados com a questão da informação, do conhecimento e da memória na instituição.
O evento tornou-se um espaço democrático, onde o servidor tem a possibilidade de apresentar suas pesquisas e suas atividades, dando visibilidade a este que, ao mesmo tempo, se atualiza, descobre outros horizontes e entra em contato com os pares e conhece novos colegas. Com o SINTAE, fica evidente para todos que os técnico-administrativos em educação na UFRJ vêm atuando no tripé universitário (o ensino, a pesquisa e a extensão). Que esta iniciativa seja apenas uma das muitas que os servidores públicos criem nas IFES e que este espaço sirva para mostrar à comunidade interna e à sociedade em geral, onde estão, para quê vieram e o que desejam.
Finalizo este relato com uma poesia de Carlos Drummond de Andrade, “Canção funcionária mineira”:
[…] Somos todos funcionários.
Assina o ponto da vida,
poesia; depois, recolhe
o justo salário, o prêmio
de não varar a capoeira
na direção do mistério,
de esquecer o jeito nosso
de pegar onça no chumbo
e soletrar sem temor
os caminhos d’água do
São Francisco e Rio Doce.
Acabou-se,
eis que só há um caminho:
repartição. […]