O primeiro ato contra a Reforma da Previdência de Bolsonaro, acorrido ontem (22) em diversas cidades do pais, foi pouco noticiado pela grande mídia. A mesma mídia que apoiou o impeachment da Presidenta Dilma Rousseff. Aliás, ficou claro no dia anterior, com a prisão de Michel Temer, que a queda de Dilma ocorreu por ela não estar de acordo com os esquemas de corrupção nos quais o ex-presidente estava envolvido.
Mas voltando aos atos, as centrais sindicais reuniram milhares de pessoas nas principais cidades brasileiras onde famílias foram lutar de forma pacífica contra a proposta do governo que tem como objetivo acabar com a Previdência pública, favorecendo as da iniciativa privada, isto é, dos grandes banqueiros. Tal modelo vem sendo adotado por outros países da América do Sul, o que tem gerado um sério agravamento da desigualdade social nestes lugares.
Ontem, finalmente, tomei coragem e estava disposta a participar do ato junto com as colegas bibliotecárias, todas filiadas ao Sindicato dos Servidores Técnico-Administrativos da Universidade Federal Fluminense (SINTUFF). Ainda em Niterói, o sindicato dos docentes da instituição (ADUFF) e alunos se juntaram conosco e foi realizado uma panfletagem para tentar sensibilizar a população sobre o tema.
Na Praça XV, Centro do Rio, nos deparamos com o Sindicato dos Professores (Sepe), que já se manifestava desde mais cedo e nos unimos ao movimento na Avenida Presidente Vargas. Segundo estimativa dos organizadores, 30 mil pessoas encontravam-se na principal avenida da capital carioca para dizer não à Reforma da Previdência!
Várias categorias estavam presentes: educação, serviço social, petroquímica, saúde, gari, correios, assim como torcedores de alguns times de futebol como Botafogo e Flamengo. Além da sociedade civil, estavam presentes os seguintes deputados: Jandira Fegalhi (PCdoB), Alessando Molon (PDT), Glauber Rocha (PSOL) e o Tarcísio Mota (PSOL).
Confesso que foi emocionante participar e ver famílias lutando por um país melhor. Próximo a nós havia um casal e um filhinha de seus 3 anos. Eles com a camisa do Lula Livre e a garotinha com a camisa da Mafalda com palavras de desejo de um mundo melhor. Mais adiante, uma outra família presente (avó, mãe, pai e um neném de colo).
Muitos idosos também marcaram presença. Foi um ato pacífico, com vários gritos de ordem de que se colocar para votar a Reforma, o Brasil vai parar. Ficou evidente que para os manifestantes se faz necessário barrar essa medida nem que para isso seja necessário fazer uma greve geral. O país está se preparando para isso.
Foi muito bom (re)encontrar os colegas de profissão (bibliotecários e arquivistas) no ato e ver o engajamento de cada um para tentar evitar as perdas de mais direitos e suas preocupações com o momento difícil pelo qual o país atravessa, bombardeado de fake news desde a campanha eleitoral de 2018 e sendo “entregue” para países estrangeiros, principalmente, para os Estados Unidos.
Ao finalizar a minha participação no ato, ficou o sentimento de apenas mais um dever cumprido e que não podemos perder a esperança. Ainda há muitas pessoas que estão em busca de uma sociedade mais justa e que acreditam no futuro melhor para a nação.