O Preserva.ME é um evento promovido pela Memória da Eletricidade com o objetivo de estimular a troca de informações e experiências entre profissionais de diferentes áreas, como história, arquivologia, biblioteconomia, museologia e ciência da informação. Em sua 5ª edição, que acontecerá no Museu de Arte do Rio, nos dias 25 e 26 de setembro, reunirá, sob o tema “Preservação de Acervos na Era Digital”, especialistas nacionais e internacionais para debater as oportunidades e desafios da preservação histórica em um mundo cada vez mais digital.
“A tecnologia criou uma nova compreensão das possibilidades de gestão da informação na nossa vida pessoal, nas instituições e na sociedade. Há a necessidade de nos apropriarmos cada vez mais dela, entendendo quais são os ganhos e fragilidades, mas tendo como norte a preservação histórica e a construção do futuro. O evento será um polo de amplificação desse debate na área de preservação de acervos e nas empresas, local onde esse material é gerado. O setor de energia elétrica, que tem como característica projetos de longuíssimo prazo, nos quais a sistematização das informações é valiosa, pode colher ainda mais frutos se acompanhar esse processo de modernização”, aposta Augusto Rodrigues, presidente da Memória da Eletricidade.
Neste ano, o Preserva.ME promoverá 12 painéis. Serão abordadas as estratégias, metodologias e diretrizes da gestão documental digital, que orientam as práticas arquivísticas no Brasil e no mundo, além das experiências e discussões acumuladas sobre o tema até o momento. “A era digital impacta o tripé dos centros de memória, que é a biblioteca, o arquivo e o museu. Trouxemos para o Preserva.ME esses três universos de políticas e debates, que cobrem a digitalização de acervos físicos e também aqueles conteúdos que já nascem em ambiente digital, denominados natos digitais”, conta Amanda Carvalho, responsável pela curadoria de conteúdo do Preserva.ME.
A Memória da Eletricidade apresenta, nesta edição, a nova marca do evento, resultado de sua reformulação e do novo momento da instituição. “Criamos o Preserva.ME em 2014, voltado para os profissionais de preservação e memória do setor elétrico. Ele acabou expandindo a fronteira do setor, recebendo um público diversificado que enriqueceu muito as discussões. Assimilando essas mudanças, redesenhamos o evento para incorporar a multiplicidade de debates”, explica Leila Lobo, gerente de Acervo e Pesquisa da Memória da Eletricidade.
PAINÉIS
O Preserva.ME tem como objetivo promover encontros que tragam para o Brasil e para o Rio de Janeiro os mais novos debates internacionais da área de preservação digital de acervos, contribuindo para a circulação de informação especializada e aprimoramento das práticas de preservação nas instituições. Nos dois dias do evento, representantes de instituições de referência, como a Fundação Biblioteca Nacional, Science Museum Group (Reino Unido), Arquivo Nacional, e o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), discutirão a digitalização de acervos, políticas de preservação, gestão de documentos natos digitais e iniciativas de destaque na área. O evento contará com tradução simultânea nas palestras em língua estrangeira.
PROGRAMAÇÃO
Primeiro dia | 25/09 9h-10h Antes de digitalizar: a reconstrução do contexto arquivístico das fotografias produzidas pela CEEE/RS
Valéria Bertotti Historiadora, arquivista e mestre em Patrimônio Cultural, é professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Apresentará as etapas e desafios do Projeto de Tratamento do Acervo Fotográfico da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), realizado por meio do Acordo de Cooperação entre a Companhia e a UFRGS. Abordará as atividades de recomposição da relação orgânica e contextualização do material, a partir do levantamento histórico.
10h-11h Photo Finished: A preservação, ou não, de fotografias digitais
Millard Schisler Mestre em Artes Visuais pelo Visual Studies Workshop (Nova Iorque), é professor de conservação de coleções fotográficas analógicas e digitais no mestrado em Museologia da Johns Hopkins University. Em seu painel, abordará as diferenças entre a preservação de fotografias digitais e aquelas de papel e filme flexível. Quais as ações e ferramentas para preservar e garantir a longevidade são algumas das perguntas que serão propostas nesta conversa.
11h30-12h30 Preservação de documentos arquivísticos digitais: desafios e estratégias
Alex Pereira de Holanda Arquivista, é especialista em Gestão da Informação e mestre em Memória Social. Coordena o Programa Permanente de Preservação Digital do Arquivo Nacional (AN-Digital) e é membro da Câmara Técnica de Documentos Audiovisuais, Iconográficos, Sonoros e Musicais. Em seu painel, debaterá as principais questões relativas à produção, preservação e regulamentação nacional e internacional de documentos arquivísticos digitais.
14h-15h Os danos do não planejamento: os estragos do PL 7920/2017
Beatriz Kushnir Doutora em História, é diretora do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro (AGCRJ) desde 2005 e professora da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio). Em seu painel, discutirá as implicações do Projeto de Lei 7920 de 2017, conhecido como “PL da Queima de Arquivo”, por propor a eliminação dos arquivos físicos originais após sua digitalização.
15h-16h One Collection: uma oportunidade única para digitalizar, preservar e tornar visível a coleção do Science Museum Collection
Adrian Hine Coordenador de Digitalização do Science Museum Group (Reino Unido), apresentará a experiência da instituição na digitalização de 75% de sua coleção de 300 mil itens. Debaterá as maneiras pelas quais a digitalização torna uma coleção verdadeiramente digital, transformando sua gestão pelo público interno, assim como a experiência do público externo.
16h30-18h30 A confirmar
Segundo dia | 26/09 08h30-9h30 A Rede Cariniana do IBICT: uma experiência de parcerias na preservação digital distribuída no Brasil
Miguel Arellano Antropólogo e doutor em Ciência da Informação, é tecnologista do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), onde coordena a Rede Brasileira de Preservação Digital Serviços Cariniana. Debaterá, em seu painel, as características e riscos de repositórios digitais, assim como a preservação de registros de atividades técnico-científicas.
9h30-10h30 Para a implementação de uma política de preservação na Biblioteca Nacional Digital
Joaquim Marçal e Vinicius Martins Apresentação da trajetória de evolução e consolidação das práticas de preservação da Biblioteca Nacional Digital, desde a sua criação em 2006. No painel, também serão abordadas iniciativas como o trabalho colaborativo, atuação em rede, adoção de um sistema de preservação digital e a publicação de uma política institucional para o campo, além de normas e diretrizes.
11h-12h Curadoria de dados de pesquisa: revelando e preservando a memória oculta da ciência
Luis Fernando Sayão Físico e doutor em Ciência da Informação, atua na Comissão Nacional de Energia Nuclear, na Pós-Graduação em Biblioteconomia da UFRJ e na Pós-Graduação em Memória e Acervos da Fundação Casa de Rui Barbosa. Em seu painel, abordará a importância da curadoria digital de ativos informacionais produzidos como subprodutos da pesquisa científica, com o objetivo de catalisar a pesquisa interdisciplinar e dinamizar a memória das organizações científicas.
13h30-14h30 As ações do Arquivo Nacional para a preservação dos documentos natos digitais Érika Sampaio Arquivista, é supervisora do Setor de Preservação de Documentos Digitais do Arquivo Nacional. Apresentará as questões relativas à preservação e metodologias de recolhimento de documentos natos digitais pelo Arquivo Nacional, assim como as iniciativas determinantes para alcançar os resultados esperados na área.
14h30-15h30 Acesso aberto aos acervos: uma realidade possível?
Juliana Monteiro Museóloga, especialista em Gestão Pública e mestra em Ciência da Informação, é professora da ETEC Parque da Juventude. No painel, apresentará aspectos de OpenGLAM, que implicam na articulação e integração entre instituições de memória. Também discutirá as dificuldades e oportunidades do cenário brasileiro para o estabelecimento de processos de abertura de acervos.
16h-17h Focando nossa energia: identificando os níveis de representação e o potencial de softwares no apoio à preservação digital
Christopher (Call) Lee Professor da Escola de Informação e Biblioteconomia da University of North Carolina (EUA), também é membro da Society of American Archivists e editor da publicação acadêmica “American Archivist”. Abordará o uso de softwares no auxílio da preservação digital de coleções, com foco na integridade e uso futuro de registros natos digitais. SOBRE A MEMÓRIA DA ELETRICIDADE A Memória da Eletricidade foi criada em 1986 para pesquisar, preservar e disseminar a história da implantação e do desenvolvimento da energia elétrica no Brasil. Em três décadas de atividades, produziu mais de uma centena de publicações e recebeu 16 prêmios e menções de reconhecimento, além de registrar cerca de 300 depoimentos de história oral, realizar inúmeras exposições e consultorias, manter um precioso acervo arquivístico, com aproximadamente 38 mil documentos históricos e 17 mil imagens, e organizar a Biblioteca Léo Amaral Penna, que conta atualmente com cerca de 5.300 títulos de alto valor histórico. Em sua atuação, aposta na valorização da memória e da história para o desenvolvimento do conhecimento. Com sua expertise em pesquisa e elaboração de projetos, expandiu sua participação no mercado como um todo, promovendo iniciativas de gestão de conhecimento e informação para além do setor elétrico.
INFORMAÇÕES
Inscrições gratuitas pelo site: www.memoriadaeletricidade.com.br/preservame2019
Evento: Preserva.ME – Encontro Internacional de Preservação e Memória. Data: 25 e 26 de setembro, das 9h às 18h30. Local: Museu de Arte do Rio – MAR (Praça Mauá, 5 – Centro, Rio de Janeiro – RJ)