Por Larissa Baltazar, do Brasil Post.

Desde que a internet se consolidou, assuntos viram tendência de uma hora para a outra — e desaparecem pouco tempo depois, da mesma forma. Pensando nisso e no impacto que esses fenômenos têm na rotina moderna, cinco universitários e dois professores da Universidade Federal Fluminense (UFF) criaram uma plataforma online chamada #MuseuDeMemes.

Além do acervo, que possui memes desde 2006 e a explicação histórica (e até científica) de cada tendência, o site também marca encontros presenciais eexposições trimestrais abertos ao público, e reúne materiais didáticos desses encontros, que também ficam hospedados no site para futuros debates e consultas.

Uma dessas exposições foi a Eleições dos memes: política e zoeira no mesmo palanque. Segundo o site do #MuseuDeMemes, a mostra teve como objetivo tentar “compreender os usos e efeitos dos memes no contexto político-eleitoral”.

“A expectativa é produzirmos e circularmos não apenas conteúdos sobre os memes em si, mas especialmente artigos e ensaios com uma reflexão de fôlego sobre a pesquisa e os desafios impostos pelo campo em que nos inserimos”, diz Viktor Chagas, professor que coordena o projeto desde 2011.

Chagas também explica que o site possui “uma extensa base de dados sobre pesquisas acadêmicas relacionados ao universo dos memes e comunidades virtuais”, e é voltado principalmente para pesquisadores e estudiosos da comunicação.

O #MuseuDeMemes é colaborativo e na ferramenta “enviar doação ao acervo”, o visitante pode enviar a foto e contar a história de algum meme que marcou no histórico da internet.

Veja exemplos de alguns dos memes que já ganharam um estudo mais aprofundado no museu:

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#NãoVaiTerCopa
A hashtag #NãoVaiTerCopa surgiu no ano passado quando milhões de brasileiros resolveram começar a reivindicar a solução para diversos problemas de caráter público. Porém, o fenômeno cresceu tanto que as pessoas na internet começaram a usá-la de forma cômica. A revolta contra o governo virou uma piada e, ao mesmo tempo, um crescimento do assunto nas redes sociais.

#NãoVaiTerCopa é usado hoje não só por quem não apóia o evento da FIFA no Brasil, mas também por internautas que estão mais interessados em trollar explorando outros significados da palavra “copa”, transformando-a na copa de apartamentos, árvores, naipe de baralho e muitos outros. O assunto foi tão comentado no Twitter que as pessoas que queriam defender a Copa do Mundo no país começaram a usar a hashtag #VaiTerCopaSim e essa também acabou virando um meme.

(Fonte: #MuseuDeMemes)

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EUA e Cuba
Foi anunciado o fato que provavelmente será o mais histórico dentro de 2014, quando EUA e Cuba declararam a retomada de relações diplomáticas a internet mais uma vez, dentre as várias nos últimos doze meses, quebrou, ou seja, ficou lotada de comentários, opniões e, é claro, memes sobre o assunto.

Como sempre, não deu nem tempo da notícia ser apresentada e já era comentada pelo mundo, principalmente no Twitter pela #CubaPolicy, chegando aos Trending Topics mundiais, como o povo brasileiro não perdoa ninguém, no mesmo dia também surgiram memes para ilustrar esse momento histórico mostrando, em sua maioria, reconciliações de personagens ou fotos de pessoas que não se dão muito bem sorrindo juntas.

(Fonte: #MuseuDeMemes)

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