Atualmente muitos questionamentos e debates estão sendo levantados a respeito da (des)necessidade dos órgãos representativos profissionais. Neste contexto, no último dia 16 de janeiro foi criado o Sindicato dos Bibliotecários de Alagoas. O Sinbiblio foi oficializado após aprovação do estatuto e da contribuição sindical na sede do sindicato localizada na Rua Lourival Vieira Costa, 32, no Bairro do Prado, na capital de Alagoas.
Com o intuito de saber mais a respeito da idealização deste processo, a Revista Biblioo conversou com Mira Dantas que além de presidenta do Sinbiblio, também é diretora da Biblioteca Pública Estadual Graciliano Ramos e coordenadora do Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas de Alagoas. Confira a entrevista exclusiva que Mira Dantas concedeu à Biblioo.
Como surgiu a ideia de criação do sindicato de bibliotecários de Alagoas?
A ideia surgiu da necessidade que nós bibliotecários sentimos em ter uma defesa trabalhista em nosso estado.
Como se deu a participação da classe bibliotecária nesse processo?
Os bibliotecários idealizadores do sindicato foram formados por sentir a mesma necessidade que eu, defesa trabalhista, e outra parte juntaram-se a nós por meio de convite.
Nesse primeiro momento quantos associados o Sindicato dos Bibliotecários de Alagoas possui?
Existem vinte associados, pois temos hoje apenas 11 dias de fundação.
Quais são as metas e desafios da gestão que está à frente do sindicato?
Os desafios serão estabelecer um piso salarial no estado, tanto para as empresas privadas quanto o setor público garantido a valorização do profissional.
Atualmente temos uma crise de representatividade no Brasil. Neste contexto como você avalia a importância e necessidade da existência de sindicatos?
É lamentável o que se configura hoje no Brasil, no que diz respeito a representatividade legítima do povo. Assim o sindicato como também representante legal de denominada categoria profissional se faz importante em existir principalmente em meio à crise para que tenhamos a defesa concisa e unânime do trabalhador.
Como está a questão salarial e as condições de trabalho dos bibliotecários, seja no setor público, seja na iniciativa privada, em Alagoas?
A questão salarial está uma vergonha, algumas instituições pagam bem, outras pagam uma “ninharia”, tanto públicas como privadas. A diferença é que no público a admissão é por meio de concurso e na esfera federal o salário ofertado é muito bom, porém quando se trata da esfera municipal eles querem pagar o mesmo salário do nível médio. Bem, mais é justamente para isso que nos reunimos em sindicato, para estabelecer um piso salarial e assim exigir que toda esfera pública ou privada cumpra esse piso ao lançar concurso ou contratar profissionais.