Na semana de 6 a 10 de agosto, em Maceió, ocorreu o Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e Documentação – CBBD. O Congresso reuniu mais de três mil profissionais da informação de todo o Brasil. O evento proporcionou o contato dos participantes com o que as empresas da área estão produzindo de novo, bem como contribuiu para uma visão do que está sendo discutido e pensado e, principalmente, possibilitou troca de ideias. Na verdade, acredito que um grande evento se faz através de momentos que possibilitem a integração entre os profissionais.
Em um momento de conversa com uma participante, uma senhora formada a mais de quinze anos, ela me disse que nunca tinha visto tantos jovens participando do CBBD e que para ela isso era um novo fenômeno. Bom, como eu era marinheira de primeira viagem, o que fiz foi acreditar nela e tentei encontrar uma justificativa pra tal informação. Acredito que esse fenômeno está ocorrendo pela crescente participação de estudantes nesse tipo de evento durante sua vivencia acadêmica; isso deve ser um grande passo e um incentivo para dar extensão à participação e produção de artigos quando passamos para vida profissional. O que comprova a minha teoria é o fato de que muitos jovens recém-formados e até mesmo os que ainda estão na faculdade estavam apresentando seus trabalhos no Congresso.
O corpo docente e discente da UNIRIO esteve presente no evento com um número significativo de representantes. Vale lembrar que este ano comemoramos os 100 anos de ensino da Biblioteconomia no Brasil e o curso de Biblioteconomia desta universidade foi o propulsor desse processo. A instituição, aproveitando a comemoração, divulgou que ainda este ano estará abrindo inscrição para o primeiro Mestrado profissional em Biblioteconomia no Brasil.
O que também pude perceber no Congresso foi a busca das empresas em se especializar para atender um mercado ainda tão carente de tecnologia e recursos como mobiliário e, por isso, acabam podendo preencher lacunas desde a recuperação da informação até a aproximação de um usuário potencial à biblioteca, tornando o ambiente mais agradável e atrativo.
As empresas de softwares para a área apresentaram muitas novidades tanto no lançamento de novos sotfwares quanto no de verões atualizadas dos já existentes. O Pergamum, por exemplo, muito em breve poderá ser acessado pela internet de qualquer lugar, ou seja, os profissionais que trabalham com esse software poderão alimentar sua base de casa.
Durante o congresso foi lançada a vigésima terceira edição da Classificação Decimal de Dewey (CDD) que traz como grande diferencial em relação às edições anteriores, as novas classes 004-006 Informática, o que possibilita incluir as mudanças nas áreas tecnológicas. Outro ponto de destaque é a atualização da Igreja Ortodoxa e do Islã na classe 200 (Religião), assunto que também foi abordado em um dos trabalhos apresentados, destacando a necessidade de atualizar o campo das religiões.
O organização do congresso apresentou alguns pontos que mereciam mais cuidado, mas isso não tirou o brilho do evento, pois os participantes puderam estar em contato com colegas da profissão, sentir como a área está crescendo, ver que os profissionais estão se capacitando e que devemos estar cada vez mais antenado com as novidades que o mercado está oferecendo para área. E, claro, que precisamos buscar sempre o crescimento da Biblioteconomia.
Acredito que estamos entrando em uma nova fase da Biblioteconomia, onde as empresas estão se preocupando cada vez mais com a organização e a disseminação do conhecimento. Os jovens bibliotecários estão entrando com força para defender a profissão e as universidades estão atualizando seus currículos para formar profissionais que possam atender a essas demandas. Essas mudanças são positivas para cada um dos envolvidos e faz com que os bibliotecários de hoje pensem e lutem por uma Biblioteconomia que seja conhecida e reconhecida pela sociedade, para que, quem sabe um dia, não precisemos mais nos deparar com a famosa pergunta “biblio o quê?”