O Partido Socialismo e Liberdade (Psol) do Rio de Janeiro lançou nesta segunda (15) o movimento Se a Cidade Fosse Nossa. Iniciativa que propõe ampliar o debate sobre a cidade com o intuito de criar um projeto de transformação para o Rio de Janeiro.
O lançamento do movimento foi realizado no fim da tarde de ontem às 18h no auditório da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), localizada na Rua Araújo Porto Alegre, 71, Centro/RJ.
Mais de 500 pessoas compareceram a ABI para acompanhar as discussões em torno de questões relacionadas ao direito à cidade, direitos humanos, idéias e propostas para a construção de um novo modelo cidade para o Rio de Janeiro.
A mesa de debate do evento contou com a participação de Wladimir Safatle, (filósofo e professor da Universidade de São Paulo (USP); Raquel Rolnik (arquiteta e urbanista, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP); Marcelo Freixo (professor de história e militante de Direitos Humanos); Mônica Cunha (técnica em educação social, fundadora e coordenadora do Movimento Moleque) e com a mediação do professor Tarcísio Mota.
Wladimir Safatle abriu a mesa de discussão levantando questões relacionadas ao direito à cidade e a necessidade de a esquerda brasileira se reinventar. O filósofo apontou que os cidadãos querem participar como protagonistas das políticas e decisões relacionadas à cidade. Defendeu ainda que a ideia de que o conservadorismo está avançando não pode ser naturalizada pela esquerda.
Raquel Rolnik foi a segunda apresentação destacando a importância do direto à cidade e se colocando contrária ao desenvolvimento de cidade-negócio em que o capital acaba ditando as regras do espaço público e das políticas públicas de moradia. A urbanista chamou atenção para os recentes casos de remoção na cidade do Rio como a Vila Autódromo e a Favela do Metrô.
Em seguida, Mônica Carvalho destacou sua luta pelos direitos humanos nas favelas cariocas com a atuação do Movimento Moleque. Carvalho se colocou contra o autoritarismo das ações policias, abordando questões relacionadas ao direito de ir e vir dos moradores das favelas e a criminalização da juventude negra.
Marcelo Freixo encerrou a mesa de debate apontando críticas ao modelo atual de cidade-negócio no Rio de Janeiro. Freixo apontou críticas à prefeitura carioca e a submissão às empreiteiras e organizações sociais. O deputado chamou atenção para a necessidade de criação de uma cidade que seja justa, em que as decisões sejam tomadas por quem vive nelas e não sejam ditadas pelo capital.
Após isso, a mesa de debate foi aberta à participação do público para debate.
A Revista Biblioo acredita que se a cidade fosse nossa, as bibliotecas devem fazer parte dela, contribuindo para a expansão da cultura, preservação da memória e formação de cidadãos leitores.
Em breve, divulgaremos os vídeos com entrevistas realizadas pela Revista Biblioo durante o evento, abordando questões relacionadas à presença das bibliotecas na cidade.