Por Secult-Rj

A cerimônia de entrega do Prêmio Rio de Literatura será realizada na próxima segunda-feira, dia 11 de julho, às 17h, na sede da Fundação Cesgranrio (Rua Santa Alexandrina 1011, no Rio Comprido), em coquetel seguido de um bate-papo com os autores vencedores sobre o processo criativo que os levou a escrever suas obras. O evento contará ainda com as presenças do presidente da Fundação Cesgranrio, Carlos Alberto Serpa, e da secretária de estado de Cultura, Eva Doris Rosental, além de membros do Conselho de Cultural e do Conselho Diretor da Cesgranrio.

Beatriz Bracher conquistou o prêmio da categoria Ficção, na modalidade Melhor Obra Publicada, com o livro “Anatomia do paraíso” (Editora 34), enquanto Antonio Arnoni Prado ficou com o primeiro lugar na categoria Ensaio, com o livro “Dois letrados e o Brasil Nação” (Editora 34). Cada um receberá R$ 100 mil pela conquista. Izabela Guerra Leal foi a grande vencedora da modalidade Melhor Novo Autor Fluminense, com o livro “A intrusa”, e receberá R$ 10 mil. Clara Ferrer ganhou Menção Honrosa Novo Autor Fluminense pelo livro “Amores monstruosos”.

Parceria entre a Fundação Cesgranrio e a Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, o prêmio foi lançado em outubro do ano passado, com o objetivo de reconhecer a qualidade da produção literária nacional.  Nesta primeira edição, o prêmio recebeu mais de 600 inscrições. A categoria Obras Publicadas/Ficção teve 346 obras inscritas; na categoria Novo Autor Fluminense, foram 197 inscrições; e, por fim, Obras Publicadas/Ensaio contabilizou 64 títulos inscritos. No total, 35 editoras de todo o Brasil inscreveram autores, entre elas Companhia das Letras, Record, Rocco, Intrínseca, Planeta, Zahar, Editora 34 e Leya.

ABAIXO, MAIS INFORMAÇÕES SOBRE OS VENCEDORES

OBRAS PUBLICADAS / FICÇÃO:

“Anatomia do Paraíso”, de Beatriz Bracher / 328 p. – 12 x 21 cm / ISBN 978-85-7326-607-8 / 2015 – 1ª edição

Sobre a obra

Novo romance de Beatriz Bracher, “Anatomia do Paraíso” traz a história de um jovem estudante de classe média que escreve uma dissertação de mestrado sobre o “Paraíso perdido” (1667), poema épico de John Milton que narra a queda do homem e a expulsão de Adão e Eva do Paraíso. A história se desenvolve simultaneamente em vários planos: o dia a dia do estudante, Félix; suas reflexões sobre a obra de Milton; a dura vida de Vanda, vizinha de Félix, que se divide entre trabalho, estudo e os cuidados com a irmã mais nova; e o delicado processo de amadurecimento desta última, a adolescente Maria Joana. Narrativa densa, por vezes vertiginosa, e de alta carga dramática, na medida em que as trajetórias dos personagens vão se cruzando e os temas do “Paraíso perdido” – sexo, violência, pecado, culpa, traição, morte e redenção – ganham vida nas experiências de cada um.

Beatriz Bracher

Beatriz Bracher / Foto: Francisco Perona

Sobre a autora

Beatriz Bracher nasceu em São Paulo, em 1961. Formada em Letras, foi uma das editoras da revista de literatura e filosofia 34 Letras, entre 1988 e 1991, e uma das fundadoras da Editora 34, onde trabalhou de 1992 a 2000. Em 2002, publicou, pela editora 7 Letras, “Azul e dura”, seu primeiro romance (reeditado pela Editora 34 em 2010), seguido de “Não falei” (2004), “Antônio” (2007), os livros de contos “Meu amor” (2009) e “Garimpo” (2013), e o romance “Anatomia do Paraíso” (2015), todos pela Editora 34. Escreveu com Sérgio Bianchi o argumento do filme “Cronicamente inviável” (2000) e o roteiro do longa-metragem “Os inquilinos” (2009), prêmio de melhor roteiro no Festival do Rio 2009. Com Karim Aïnouz, escreveu o roteiro de seu filme “O abismo prateado” (2011). O romance “Antônio” obteve em 2008 o Prêmio Jabuti (3º lugar), o Prêmio Portugal Telecom (2º lugar) e foi finalista do Prêmio São Paulo de Literatura. “Meu amor” recebeu o Prêmio Clarice Lispector, da Fundação Biblioteca Nacional, como melhor livro de contos de 2009. “Garimpo” venceu o Prêmio APCA na categoria Contos/Crônicas em 2013 e recebeu menção honrosa no Prêmio Casa de las Américas, de Cuba, em 2015. “Antônio” foi publicado no Uruguai (Montevidéu, Yaugurú) e na Alemanha (Berlim, Assoziation A) em 2013, e a mesma editora alemã publicou “Não falei” em 2015 (Die Verdächtigung).

OBRAS PUBLICADAS / ENSAIO:

“Dois letrados e o Brasil nação – A obra crítica de Oliveira Lima e Sérgio Buarque de Holanda”, de Antonio Arnoni Prado / 376 p. – 14 x 21 cm / ISBN 978-85-7326-589-7 / 2015 – 1ª edição

Sobre a obra

Ao contrapor as trajetórias dos críticos e historiadores Manuel de Oliveira Lima (1867-1928) e Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982), “Dois letrados e o Brasil nação” faz muito mais do que iluminar etapas cruciais da formação de nossa crítica literária. Com raciocínio analítico rigoroso, Antonio Arnoni Prado traz à tona nexos extremamente atuantes no substrato cultural brasileiro, em que se defrontam arranjos retóricos conservadores, de um lado, e movimentos críticos libertários, de outro.

Fruto de longa imersão na vida e obra dos autores de D. João VI no Brasil (1908) e Raízes do Brasil (1936), o livro acompanha passo a passo o percurso de cada escritor. No caso de Oliveira Lima, é admirável a reconstituição de sua mentalidade belle époque, seu eurocentrismo acentuado e a fixação pelo passado lusitano, que terá grande influência sobre Gilberto Freyre. Já em Sérgio Buarque, ressaltam a percepção do contexto latino-americano, a valorização de outras ancestralidades, os laços de afinidade e distância com os modernismos e, acima de tudo, uma atenção aguda para os aspectos de crise e ruptura, que lhe permite problematizar o presente e ler criticamente o passado.

No quadro final, Dois letrados e o Brasil nação constitui uma obra ímpar de erudição, pesquisa e investigação literária, em que afloram concepções diametralmente opostas de história, cultura e nação, bem como dos papéis que cabem à atividade intelectual.

Sobre o autor

Antonio Arnoni Prado nasceu em São Paulo, em 1943. É mestre (1975) e doutor (1980) pela FFLCH-USP, com pós-doutorado na Fondazione Feltrinelli, de Milão (1986). Desde 1979 leciona no Departamento de Teoria Literária da Unicamp, onde é professor titular. Entre outros trabalhos seus incluem-se a edição da crítica literária dispersa de Sérgio Buarque de Holanda nos dois volumes de O espírito e a letra (Companhia das Letras, 1996) e a publicação de uma coletânea de ensaios críticos reunidos em Trincheira, palco e letras (Cosac Naify, 2004). Publicado pela Editora 34 em 2010, em sua forma integral, o livro Itinerário de uma falsa vanguarda: os dissidentes, a Semana de 22 e o Integralismo recebeu nesse mesmo ano o Prêmio Mário de Andrade de ensaio literário da Fundação Biblioteca Nacional. Em 2012 lançou, pela mesma editora, Lima Barreto: uma autobiografia literária*.

NOVO AUTOR FLUMINENSE:

“A intrusa”, de Izabela Guimarães Guerra Leal.

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Isabela Guimarães / Foto: Divulgação

Sobre a autora

Izabela Guimarães Guerra Leal nasceu no Rio de Janeiro, em 1969. É doutora em Literatura Portuguesa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mestre em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e graduada em Psicologia pela UFRJ. Fez um pós-doutorado no Departamento de Letras Neolatinas da UFRJ, com bolsa da FAPERJ. Atualmente, é professora de Literatura Portuguesa na Universidade Federal do Pará (UFPA) e professora do Programa de Pós-Graduação em Letras da UFPA.

MENÇÃO HONROSA  NOVO AUTOR FLUMINENSE: 

“Amores monstruosos”, de Clara Ferrer.

Sobre a autora

Clara Ferrer nasceu no Rio de Janeiro, em 1988. É formada em Geologia, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e atualmente cursa Cinema na Universidade Federal Fluminense (UFF).

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