Mariana Cardoso é jornalista formada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e atua como professora de Língua Inglesa no Brasas. Sempre foi uma leitora voraz de Harry Potter, Percy Jackson e de mitologia de Tolkien, entre outros. Sua relação com o livro e a leitura iniciou através dos incentivos de sua mãe, que inventava personagens para diversas atividades quando criança.

Desde seus dez anos de idade tinha em mente a vontade de escrever um livro. Aos dezoito anos decidiu que era a hora de começar a escrever e esse desejo se realizou com a publicação do “O homem da casa 7”, uma produção independente, no formato e-book que acabou de ser publicada pela Amazom. “Eu comecei apenas com os personagens e com uma vaga ideia do que eu queria que fosse a história e depois trabalhei em cima disso. Eu abordo temas que são pertinentes para mim, coisas que eu penso e que eu acredito”, ressalta a autora.

Segundo Mariana, o livro tem um pano de fundo de aventura, mas é principalmente a história de quatro adolescentes solitários que possuem problemas diversos e famílias muito diferentes, mas acham força para continuar na amizade com um professor aposentado, que é odiado pela cidade. Para adquirir o livro, basta acessar o site da plataforma Amazon e ter acesso a uma história fascinante de aventura, amizade e respeito.

Arte da capa do e-book. Imagem: Divulgação

Nesta entrevista, Mariana conta quais foram suas inspirações para escrever o referido livro, o processo de publicação e deixa uma mensagem para seus leitores e para aqueles que ainda não conhecem sua publicação.

Como iniciou sua relação com o livro e a leitura?

Tive muita sorte quanto a isso. Minha mãe sempre me incentivou a ler e, além disso, sempre criou muitas histórias. É algo que eu até comento nos agradecimentos do meu livro, já que marcou muito a minha infância. Minha mãe é professora de matemática, mas gostava muito do mundo da imaginação. Ela inventava personagens para tudo: Para cortar meu cabelo, para me convencer a terminar um prato de comida, para me ensinar matemática ou apenas para que eu tivesse um amigo que embarcasse em aventuras enquanto eu estava em casa. Não foi difícil me apaixonar por livros tendo essa influência. Primeiro devorava gibis da Turma da Mônica e todos os paradidáticos da escola. Já nessa época, com 8 ou 9 anos, eu escrevia poeminhas. Aos 10, coloquei na cabeça que eu ia escrever um livro e o intitulei “Os Cinco Irmãos no Mundo da Imaginação”. Era uma mistura de Crônicas de Nárnia com alguns dos livros da Coleção do Cachorrinho Samba, da Maria José Dupré, que herdei dos meus irmãos. Essa coleção foi meu primeiro contato com livros de aventura. Depois, já nos meus 13 anos, li a série que solidificou o meu amor pelos livros, Harry Potter. De Potter fui para Percy Jackson, depois para a mitologia de Tolkien, para o mundo de George R.R. Martin e Patrick Ruthfuss e nunca mais parei.

“O Homem da Casa 7 é um livro com um pano de fundo de aventura, mas é principalmente a história de 4 adolescentes solitários e com um profundo desejo de aceitação. Eles possuem problemas diversos e famílias muito diferentes, mas acham força para continuar na amizade de um professor aposentado, que é odiado pela cidade”

Você acabou de publicar o livro intitulado, “O homem da casa 7”. Como surgiu a ideia do livro? Quais foram as suas inspirações?

Em 2013, quando eu tinha 18 anos, eu decidi que era a hora de escrever um livro. Eu já tinha escrito algumas fanfics, muitos textos e muitas poesias e achei que era o momento. Eu lembro de sentar na cadeira, abrir um caderninho e apenas começar a pensar nos personagens. Naquele tempo consegui traçar o perfil deles e comecei a escrever o primeiro capítulo, mas eu estava em ano de vestibular e minha mãe descobriu um câncer que abalou minha família. Ou seja, deixei de lado o projeto do livro. Entrei na faculdade e consegui meu primeiro emprego (onde estou até hoje) e em 2017 resolvi que não poderia mais adiar o meu sonho, então peguei outro caderno e comecei a repensar o plot. O livro, que na época se chamava Estrelas Dobradas, não mudou muito em sua essência, isto é, os personagens e seus conflitos, a maioria dos nomes e a sequência de acontecimentos se mantiveram. As ideias vieram no planejamento. Eu comecei apenas com os personagens e com uma vaga ideia do que eu queria que fosse a história e depois trabalhei em cima disso. Eu abordo temas que são pertinentes para mim, coisas que eu penso e que eu acredito. É um livro muito pessoal, quem me conhece fala que me viu em cada pedaço da aventura. Além disso, o livro passou por três leituras críticas, o que me ajudou a ver exatamente estavam os problemas da minha narrativa e foram o ponto de partida para outras ideias que acabaram entrando na história. Se posso dar uma dica para qualquer escritor que está começando é: Faça leituras críticas. Isso vai ser fundamental para que você entregue ao leitor um livro profissional. É muito difícil ver onde você está errando no seu texto depois de tantas ideias e revisões. Foi o melhor investimento que eu fiz no meu livro.

“Ainda que seja mais fácil publicar independente hoje em dia, não é (e também não deveria ser) um serviço barato. Até porque muitos profissionais fazem parte da produção de um livro e precisam receber, no mínimo, um valor proporcional ao seu trabalho”

O seu livro é uma produção independente que foi publicado pela Amazon. Como você avalia esse formato de publicação? Existe a intenção de lançar a versão impressa do livro?

Minha experiência tem sido muito positiva. Hoje em dia, com o mercado editorial em crise, é muito difícil achar uma editora que vá apostar em um nome desconhecido. Na última leitura crítica que eu fiz, me foi indicado que eu publicasse de forma independente para criar um público, ter um primeiro contato com esse mercado e receber feedbacks dos leitores. Então pesquisei sobre as minhas possibilidades e cheguei na Amazon. A plataforma da Amazon é muito intuitiva, então eu não tive dificuldades de entender o processo de publicação e consigo acompanhar as vendas do livro com facilidade. Quanto a versão impressa, é meu sonho publicar um livro físico, mas não está nos meus planos para esse ano. Ainda que seja mais fácil publicar independente hoje em dia, não é (e também não deveria ser) um serviço barato. Até porque muitos profissionais fazem parte da produção de um livro e precisam receber, no mínimo, um valor proporcional ao seu trabalho.  Por isso, neste momento, uma publicação física só seria economicamente viável para mim se uma editora me notasse. Para um autor que já tenha um público maior, pode-se investir em um crowdfunding, mas para quem está bem no comecinho, ainda acho que a Amazon é a melhor opção que temos.

Deixe uma mensagem para seus leitores e para aqueles que ainda não conhecem seu livro.

O Homem da Casa 7 é um livro com um pano de fundo de aventura, mas é principalmente a história de 4 adolescentes solitários e com um profundo desejo de aceitação. Eles possuem problemas diversos e famílias muito diferentes, mas acham força para continuar na amizade de um professor aposentado, que é odiado pela cidade. Quando ele morre, os quatro recebem um pedaço de carta do próprio professor e acabam se reunindo para decifrar enigmas e tentar descobrir o que realmente aconteceu com ele. O público-alvo do livro é adolescente, mas notei que jovens adultos têm gostado da história tanto quanto, talvez por ser uma história leve que traz discussões sobre elementos que fazem parte da vida da maioria das pessoas, como o luto, a amizade e a solidão.

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