Foto: Fábio Motta / Estadão.

Foto: Fábio Motta / Estadão.

A crise econômica que vem afetando a área da Cultura há algum tempo chegou até os espaços culturais da cidade do Rio de Janeiro. Os Sebos tradicionais do Centro da cidade estão agonizando e muitos já chegaram a fechar as suas portas.

O último Sebo a resistir na Praça Tiradentes, região central do Rio, é a Livraria Marins que está se preparando para fechar suas portas. Em entrevista ao Jornal O Globo, Adelbino Espíndola, proprietário do Sebo, afirmou que “o preço do aluguel, a concorrência com a internet e a violência na cidade”, são motivos para o fechamento.

Além dos sebos, as bibliotecas da cidade também estão passando por dificuldades. As Bibliotecas-Parque, por exemplo,  estão com sua carga horária reduzida (segunda a sábado de 11h às 18:30h) e não abrindo mais aos domingos.

Um espaço com uma arquitetura moderna, um projeto positivo, que deveria possibilitar o acesso à leitura, aos livros e outros serviços, mas que está bastante prejudicado. Essa redução vem atrapalhando os leitores, estudantes e até mesmo o público infantil que frequentavam estas bibliotecas aos domingos e atualmente estão com o direito de uso do espaço cerceado.

Outra instituição cultural que está sendo atingida pela crise é o Real Gabinete Português de Leitura. Além de estar enfrentando dificuldades com a falta de espaço para armazenar novas obras, o governo português, que arcava com parte dos gastos, cortou os repasses devido a crise econômica na Europa.

Conforme lembrou recentemente o editor da Revista Biblioo, Chico de Paula em seu blog, a crise econômica no velho mundo é hoje um dos principais problemas da Cultura, especialmente das bibliotecas.

Em reportagem da Globo News, Isabel Pires, ex-ministra da Cultura de Portugal, destacou a importância do Real Gabinete Português de Leitura: “muitos títulos da cultura brasileira dos séculos XIX e XX estão representados no Real Gabinete”. Isabel também ressaltou que a instituição é importante não só para conhecer a cultura portuguesa, mas também a brasileira.

Como se sabe, os olhos do mundo estão voltados para a cidade do Rio de Janeiro que vai sediar as Olimpíadas de 2016. Cabe destacar que uma cidade olímpica não se constrói somente com estádios esportivos modernos, mas também com bibliotecas, livros, leituras e espaços culturais.

Em recente entrevista a TVBiblioo, Tarcísio Motta, professor e ex-candidato a governador nas últimas eleições, destacou que “se a cidade fosse nossa teríamos mais bibliotecas”. Parafraseando Tarcísio, se a cidade fosse nossa as bibliotecas e os centros culturais deveriam ser respeitados e mantidos.

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