Por mais que queiram dizer que está tudo bem no Brasil, os números, o clima e as incertezas dizem o contrário. Desde quando assumiu o cargo máximo da República Federativa do Brasil, o senhor Jair Messias Bolsonaro tem, quando não participando efetivamente das confusões geradas, contribuído a contento para o “fogo” não deixar de queimar. Como se diz na linguagem musical: “apagando fogo com gasolina”.

Eu confesso que pensei em escrever um texto fundamentado nos dez meses de governo, tentando fazer um paralelo da atuação do chefe do executivo com as necessidades reais da população brasileira.

Todavia, diante de muitas frases catastróficas, bem como atitudes no mínimo inesperadas para quem está sentado na cadeira presidencial de um país como o Brasil, fica difícil preterir tais acontecimentos e discorrer sobre assuntos que não estão sendo tratados no dia a dia da República.

Se decidirmos começar a falar de Bolsonaro desde o início de sua carreira na política, encontraremos indícios de um parlamentar inapto ao cargo, com vícios latentes, sem contar a oratória arrepiante e digna de repreensão por muitos.

Legislador do baixo clero, que não teve a decência de mandar projetos de lei que fossem contribuir para o crescimento do país e proteção de sua população. Homem de palavreado torpe, que não conseguia atrair nenhum admirador pela beleza das palavras, mas sim pelo fanatismo travestido de militarismo vil.

Ao cruzarmos os umbrais da história deste senhor, sobretudo no tempo de serviço militar, revelar-se-á a nós um dos episódios mais cômicos que podemos nos deparar.

Em vistas a conseguir o aumento do soldo enquanto quadro do Exército brasileiro, Jair Bolsonaro ameaçou explodir os dutos que levam água potável para a cidade do Rio de Janeiro.

Foi aposentado compulsoriamente, deixando a vida militar como vergonha do quartel. E pensar que este mesmo senhor chama os integrantes do MST e/ou MTST de terroristas por tomarem posse de áreas e/ou imóveis abandonados e improdutivos.

Na vida parlamentar, acumula episódios de fazer inveja a qualquer espetáculo pastelão que se possa encontrar nas trupes que andam pelas estradas da vida. Faz necessário aqui ressaltar a minha admiração ao povo do circo, aos clowns, que merecem toda nossa reverência e aplausos!

Voltando a personagem deste texto, o senhor presidente (nos tempos de parlamentar) sempre ocupou lugar cativo entre os deputados que eram vistos como lunáticos na política. Nunca soube o que é presidir uma comissão, e quando atuava em alguma enquanto membro encontrava sempre um jeito de tumultuar o ambiente.

Como patinho feio que sempre foi, dava-se um jeito de chamar atenção dos colegas e do público em geral. Com frases de efeitos e exaltação a notórios criminosos dos direitos humanos, Jair foi angariando para sua causa um sem número de pessoas que como ele, achava que Carlos Alberto Brilhante Ustra era personagem que deveríamos nos orgulhar e prestar reverência ao seu vulto. Mentecaptos!

Laçou-se candidato a presidente do Brasil sem ao menos acreditar na possibilidade de vencer o pleito. Todavia, diante da situação em que o país estava, surfando na narrativa criada principalmente pela grande mídia nacional em que (diziam) o Brasil estava quebrado e isso derivava da posição política esquerda, e contanto com a benesse de empresários que patrocinaram as disparadas de mensagens instantâneas via aplicativo de conversa, o improvável aconteceu.

Assumindo a presidência da República, a loucura ideológica se fez perceber nas falas do presidente, mas não só nele, como em seus lunáticos ministros. É bem verdade que nem todos os ministros podem ser enquadrados nisso, mas uma parcela considerável já faz o trabalho pelos outros.

Uma caça a tudo o que eles entendiam como comunismo se fez perceber no Brasil. Umas falas desconexas que remetiam aos anos de 1960, em que a Guerra-Fria estava em plena ebulição, seguida de decretos e medidas provisórias que mais pareciam URSS x EUA em tempos idos.

Além de não ter compostura que o cargo requer, falando coisas até mesmo impróprias, Bolsonaro proporcionou cenas dantescas em suas Lives e publicações nas redes sociais.

Quem não se lembra da popularização do golden shower no Brasil, depois que o presidente fez esta pergunta em uma rede social? Como esquecer dele dizendo que Moro e Ernesto Araujo iriam fazer troca-troca, ao vivo para todos que estava conectados?

Dá para não lembrar dele falando que o interesse na Amazônia não era na “porra da árvore, mas no subsolo”; que iria varrer os esquerdistas do Brasil; que a Argentina fez uma péssima escolha nas eleições; que invadiria a Venezuela?!

Ah, e antes que este texto fique apenas nas falas e ato pusilânimes do presidente, o que achar das interferências do mesmo em órgãos estatais e afins? Definitivamente eu acredito que o presidente se entende como um enviado de deus; um ser de luz que veio salvar a nação brasileira do espectro do comunismo que paira sobre nós desde 1964.

Numa boa, ele se coloca como monarca soberano, acima de tudo e de todos; capaz de até utilizar da estrutura estatal para benefício próprio, infligindo leis e dando uma solene banana para as instituições.

Será que a população vai aguentar os quatro anos de mandato deste ser (que se acha supremo)?! A democracia brasileira consegue superar mais um processo de impedimento de um presidente? Enquanto essas perguntas não são respondidas, outras vêm à tona, e merecem nossa atenção.

Quem são as pessoas que foram contratadas para atuarem nos gabinetes da família de Bolsonaro no Rio de Janeiro e em Brasília? Qual o envolvimento da família com o policial aposentado Fabrício Queiroz? A quantas andam a Wall do açaí em Angra dos Reis? Porque o 01 manteve como assessores em seu gabinete, parentes de miliciano que está foragido (além de homenagear o mesmo no plenário da ALERJ)?

E mais: Qual a origem da significativa elevação do patrimônio do 01, sendo ele apenas um parlamentar? Quantos assessores ao certo trabalhavam com o 02? Por que a população brasileira teve que pagar a lua de mel do 03? Quem mandou matar Marielle e Anderson? Quem atendeu o interfone na casa 58? Quem viver, verá!

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