Um apelido, brincadeiras e perseguições que geram muitas cicatrizes. O bullying é umas das formas de violência que mais cresce no mundo. Ele acontece muitas vezes no ambiente escolar, com agressões intencionais, verbais ou físicas, de forma repetitiva, de um aluno contra um colega ou um grupo de alunos contra outros estudantes.

As brincadeiras e às perseguições parecem inofensivas e comum na vivência escolar, mas os apelidos, as humilhações, as ameaças e o maltrato que às vítimas sofrem podem acarretar sérios traumas e problemas emocionais às crianças e adolescentes. Alguns podem apresentar um isolamento no ambiente escolar, ter medo de ir à escola, queda no rendimento das notas e querer abandonar os estudos.

Observando o aumento de casos de bullying nas escolas, as bibliotecas comunitárias que integram o “Tecendo uma Rede de Leitura”, de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro e o “Projeto Tapete Literário”, que atua em São Gonçalo, também no Rio, firmaram parceria com o “Projeto Bullying Nunca Mais”, para refletir sobre este assunto, com atividades lúdicas, interativas e com debates para o público que frequenta seus espaços, que são crianças e adolescentes, entre 4 e 17 anos.

“Os frequentadores das bibliotecas em sua maioria são estudantes que sofrem ou presenciam vários tipos violência nas escolas, dentre elas o bullying. Por isso, é interessante o debate deste assunto nas bibliotecas comunitárias e públicas nas escolas, nas famílias e na sociedade”, afirmou Fernando Trajano, coordenador do Tapete Literário, e um dos produtores de eventos do Bullying Nunca Mais.

Projeto Tapete Literário. Foto: Edson Feitosa

Além de promover ações com seus frequentadores, o “Projeto Bullying Nunca Mais”, em parceria com a rede de Duque de Caxias, promoverá a partir de agosto o segundo seminário do projeto em Niterói (RJ),que já tem presença confirmada do Bruno Ribeiro, presidente da Fundação Municipal de Educação de Niterói.

Na próxima semana será divulgado toda a programação do evento, que tem como público-alvo os professores, gestores escolares e estudantes da área de pedagogia e letras. Já em setembro, mês de prevenção ao suicídio, haverá rodas de conversas sobre tema do bullying e suas consequências, na Biblioteca Popular Cora Coralina, na Rua São Pedro, 108, centro de Niterói. As informações sobre os eventos serão divulgados na página do projeto no Facebook.

“É importante que cada vez mais haja espaço para discutir este tema também não só com os estudantes, com os professores, os gestores escolares, pais e familiares dos estudantes. Afinal o bullying é frequente entre os alunos e pode ocorrer também na internet”, analisou Trajano.

Bullying: uma questão frequente entre os estudantes

No Brasil, aproximadamente um em cada dez estudantes é vítima frequente de bullying nas escolas. São adolescentes que sofrem agressões psicológicas ou físicas, que são alvo de piadas e boatos maldosos, excluídos propositalmente pelos colegas, que não são chamados para festas ou reuniões. O dado faz parte do terceiro volume do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) 2015, dedicado ao bem-estar dos estudantes.

Projeto Tapete Literário. Foto: Edson Feitosa

Por enxergar a problemática da violência escolar e do bullying, em 2017 surgiu o “Projeto Bullying Nunca Mais”, que atua no estado do Rio de Janeiro promovendo ações de prevenção e discussão sobre o tema com alunos desde a educação infantil até o ensino médio, além de despertar a atenção de professores e gestores educacionais para esta problemática com eventos e palestras. O projeto já atingiu diretamente 500 crianças e adolescentes, 200 professores e gestores de escolas e indiretamente já impactou mais de 1.000 pessoas, entre pais, crianças e jovens e profissionais da educação.

Apesar da importância do tema e sua atuação, o Projeto ainda não tem um apoiador financeiro e tem mantido algumas ações por meio de parcerias com instituições sociais, empresas e profissionais da área de psicologia e educação. Para manter as ações prevista para o segundo semestre foi criado um financiamento coletivo, na plataforma da Vakinha que ficará aberto para arrecadação até o mês de setembro. Para colaborar com o projeto, clique aqui.

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