Informação tornou-se algo tão essencial para o desenvolvimento humano, que acabou se transformando em um recurso de poder. Mas esse conceito não se aplica apenas na contemporaneidade, pois já é advento de séculos atrás.

Com o surgimento da prensa e posteriormente da web, a informação deixou de pertencer a um grupo seleto e passou a ser acessível a todos, mas devido a grande rapidez e quantidade na produção de dados, é necessário cuidado com o que se entende por informação, tirando disso conhecimento frutífero.

E com essa gama de dados e a necessidade de seleção adequada, hoje ela beneficia os países denominados desenvolvidos por possuírem todo o aparato tecnológico para produzir tais conhecimentos.

As bibliotecas, mesmo no início tendo um papel limitado de guardadoras da memória, com a explosão informacional passaram a exercer um papel fundamental perante a sociedade: democratizar e disseminar informação.

Sob essa concepção, Rosângela Madella (Bibliotecas comunitárias: espaços de interação social e desenvolvimento pessoal) descreve como o acesso à informação pode contribuir com a transformação social, função esta que as bibliotecas públicas estão se adaptando para garantir o acesso à informação de forma justa e igualitária entre as pessoas.

Criação das bibliotecas comunitárias

Mas infelizmente grande parte dessas bibliotecas, que deveriam atender a esse objetivo, esta distantes dos bairros periféricos, ocasionando a exclusão de uma parcela da população aos seus espaços.

Biblioteca Comunitária do Arquipélago em Porto Alegre, RS. Foto: Yasmin / Mapa da Leitura

Buscando possibilitar o acesso à informação nos bairros periféricos, são criadas as bibliotecas comunitárias com o intuito de trazer desenvolvimento local para essa população excluída, que, apesar de suas limitações financeiras, anseiam por conhecimento e desenvolvimento intelectual.

Trata-se de iniciativas que surgem como respostas a uma necessidade percebida ou sentida, muitas das vezes dirigidas e geridas por jovens que aceitam o desafio de mudar e avançar em suas regiões. Na maioria dos casos, não são bibliotecários, são pessoas que possuem apenas vontade de trazer progresso onde vivem, criando um espaço totalmente voltado para as necessidades informacionais, educacionais e culturais da comunidade.

Além do grande foco que é possibilitar o acesso à informação, as bibliotecas comunitárias possuem outros focos como a educação, a cultura e a ação comunitária como formas de trazer qualidade de vida a seus moradores, promovendo a cidadania e o desenvolvimento local, objetivando a promoção de oportunidades, principalmente aos jovens para serem interventores críticos na sociedade, estimulando e capacitando para a prática de ações sociais e até mesmo para a geração de renda.

As transformações sociais ficam mais do que evidentes na vida dessas pessoas quando se observa, por exemplo, as contribuições prestadas pelas bibliotecas nos estudos dos alunos.

Valores humanos também são resgatados por meio dos relacionamentos, fortalecendo vínculos pessoais, familiares e até mesmo o profissional.

O tema abordado não se trata de uma utopia e sim de uma realidade alcançável por meio de certos mecanismos, podendo gerar resultados positivos não somente para as bibliotecas comunitárias, mas também, atingir outros alvos.

Colaborou Tácia Sousa Castro

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