A Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais Luiz de Bessa, que conta com um acervo de 400 mil títulos, teve que interromper o serviço de empréstimos de livros nesta quinta-feira (3), devido à falta de funcionários. O motivo é a exoneração de pelo menos 70% do seu quadro de servidores.
Segundo um informe afixado na entrada da Biblioteca, as exonerações estão impossibilitando, além dos empréstimo, os serviços de reposição de acervo e manutenção das estantes. Um decreto assinado pelo governador Romeu Zema (Novo) dispensou todos os ocupantes de cargos em comissão do Executivo estadual.
Apesar disso, a instituição continua recebendo a devolução de livros e ainda não há previsão de quando os empréstimos voltarão a ser disponibilizados. Conforme reportagem do jornal Hoje em Dia, somente um funcionário continua trabalhando no local recebendo os livros devolvidos.
Ao todo, são três andares destinados ao empréstimo no prédio localizado na rua da Bahia, no entorno da praça da Liberdade. Já no prédio anexo, que também integra a Biblioteca, onde ficam os livros infanto-juvenis, o serviço de empréstimos continua funcionando normalmente, porque o setor conta com a ajuda de alguns estagiários.
Cerca de 400 livros são emprestados para os moradores de Belo Horizonte a cada semana, de acordo com o controle de empréstimos e devoluções. Ao todo, a instituição fornece 1.600 empréstimos de livros por mês. Este número fica mais alto justamente no mês de janeiro, além de dezembro e julho, que são os períodos de férias dos estudantes.
Nas redes sociais internautas se manifestaram sobre o assunto. “[A Biblioteca] está com seus principais serviços suspensos, pois muitos funcionários (em número insuficiente para o bom funcionamento da casa, há muito tempo) foram exonerados. Talvez a biblioteca não seja importante para o novo governo, mas é fundamental para a população”, disse Fabíola Farias.
“Há centenas de pessoas que só têm a possibilidade de leitura e pesquisa na Biblioteca Pública. O acesso a seus serviços é um direito da população, que dele não pode ser privado como se fosse um gênero de última necessidade”, reclamou Sérgio Abritta no Facebook.
De acordo com servidores que trabalham na Luiz de Bessa, o problema é muito mais grave, pois não haveria pessoal suficiente para o atendimento aos usuários, além da escassez de recursos e infraestrutura inadequada. “Um sucateamento enorme. O que acontece na grande maioria das bibliotecas do país”, desabafou uma bibliotecária que não quiz se identificar.
A Biblioo entrou em contato com a Secretaria Estadual de Cultura, bem como com a Superintendência de Bibliotecas Públicas e Suplemento Literário de Minas Gerais, mas até o fechamento desta reportagem não havíamos recebido resposta.