A universidade é uma instituição de ensino superior, com cursos de graduação e pós-graduação, ligada ao Ministério da Educação (MEC) e tem como base o tripé ensino, pesquisa e extensão, assim como docentes (professores), discentes (alunos) e os técnico-administrativos. O art. 207 da Constituição Federal (1988) trata sobre a universidade e suas atividades: “As universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão”. No dia a dia universitário, percebemos que tais atividades se entrecruzam.

A enciclopédia coletiva virtual, a Wikipédia (2013), define estas atividades como:

– “O ensino universitário é o ramo do ensino superior ministrado em universidades ou em outras escolas universitárias. Nos sistemas educativos da maioria dos países, o ensino universitário constitui o único componente do ensino superior”.

– “Uma pesquisa é um processo sistemático de construção do conhecimento que tem como metas principais gerar novos conhecimentos, e/ou corroborar ou refutar algum conhecimento pré-existente. É basicamente um processo de aprendizagem tanto do indivíduo que a realiza quanto da sociedade na qual esta se desenvolve. A pesquisa como atividade regular também pode ser definida como o conjunto de atividades orientadas e planejadas pela busca de um conhecimento”.

– “A extensão universitária ou acadêmica é uma ação de uma universidade junto à comunidade, disponibilizando ao público externo o conhecimento adquirido com o ensino e a pesquisa desenvolvidos. Essa ação produz um novo conhecimento a ser trabalhado e articulado.”

Segundo o jornal Extensão em Foco (nº14, 2013), publicado pela Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal Fluminense (UFF), a origem da Extensão Universitária, como conhecemos hoje, é do século XIX, tendo início na Universidade de Cambridge (Inglaterra), quando esta promoveu uma série de palestras e se institucionalizou (1867).

Na América, este modelo influenciou o ensino nos Estados Unidos sendo criadas Escolas de Extensão. O modelo dos EUA acabou influenciando a Extensão nos países da América Latina, como na Argentina, onde estudantes de Córdoba (1918) passaram a exigir a modernização do ensino no país, fortalecendo a relação entre a Universidade e a Sociedade tendo como foco a função social (Manifesto de Córdoba, 1918 – Reforma universitária, em Portuguesa ou em Espanhol).

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Já no Brasil, algumas atividades de extensão começaram a aparecer nas universidades de São Paulo no início do século XX. Durante o governo de Getúlio Vargas, mais precisamente, em 1931, é promulgado o Estatuto das Universidades Brasileiras e, com ele, a oficialização da extensão universitária. Porém esta ganhou mais relevância na década de 1980, a partir do Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras (FORPROEX) em 1987 e, como mencionado acima, estando presente na Constituição Federal de 1988.

Cada vez mais, a extensão vem assumindo um caráter transformador de mão dupla, onde a universidade gera conhecimento a partir da sociedade e esta se beneficia das ações universitárias. Mais informações sobre a extensão nas universidades brasileiras estão na obra Extensão Universitária e a Flexibilização Curricular (2006).

O Brasil possui uma Política Nacional de Extensão e vem sendo elaboradas avaliações desde a década de 1990. As ações extensionistas são apresentadas em eventos acadêmicos, mais conhecidos como Semanas de Extensão ou Semanas Acadêmicas, nas universidades e acontecem entre os meses de setembro e de outubro de todos os anos, onde os discentes, sob a orientação dos docentes e/ou técnico-administrativos, apresentam seus trabalhos nas modalidades pôsteres ou orais.  As universidades vêm colocando informações sobre as atividades de extensão em seus sites como na UFF.

O site desta instituição apresenta à sociedade material de apoio sobre a extensão universitária, sobre a legislação vigente e as atividades que a instituição vem desenvolvendo. Neste ano, a Agenda Acadêmica da Universidade promoveu 732 atividades e mais de 1.000 trabalhos apresentados.

Além dos eventos nas universidades, há o Congresso Brasileiro de Extensão Universitária (CBEU), o Congresso Iberoamericano de Extensão (CIE) e a União Latino-Americana de Extensão Universitária (ULEU).

A participação de discentes, docentes, técnico-adminitrativos e a sociedade em projeto de extensão enriquece a todos, não apenas ao currículo acadêmico, como também à troca de experiências.

Finalizo este texto com o pensamento do professor Jorge Ferrão (Reitor da Universidade Lúrio – Moçambique – e Presidente da Associação das Universidades de Língua Portuguesa): “Considero que é determinante que as universidades contribuam para o crescimento económico e bem estar das suas comunidades e que passem para fora as competências geradas nestes centros de pensamento e de conhecimento.” (Jornal Extensão em Foco, nº14, 2013).

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