*Com co-autoria de Tânia Regina da Silva
Qual seria a biblioteca do bibliotecário? Desde o início do meu curso de Biblioteconomia ouvia dizer pela maioria dos meus colegas de turma que a biblioteca era aquele lugar escondido, aonde ninguém vai e poucos conhecem. Rapidamente vinha à minha mente a pergunta: quem seria o bibliotecário dessa biblioteca? Após a reflexão, me sentia aliviado por ter a certeza de que não seria eu.
Sempre que um indivíduo falava com a boca cheia que a biblioteca não era valorizada na instituição eu, indignado, respondia: “depende de quem é o profissional da informação!”. O que muitos não notavam na época era que, quem faz o “nome” ou a valorização da biblioteca é o próprio bibliotecário.
Passei por muitos setores de bibliotecas antes, durante e depois de cursar Biblioteconomia. E graças a Deus pude aprender com muitos excepcionais bibliotecários nessa caminhada. Pessoas que amam o que fazem, têm o prazer na área, e em sua grande maioria gestores de unidades de informação. E com todos eles aprendi que eu sou a biblioteca na minha unidade.
Estranha a frase a cima, concorda? Mais é isso mesmo. Se você estiver desanimado, a biblioteca em que trabalha terá pouco desempenho. Se estiver desestimulado, ela não se destacará. Se for desinteresse… pare, medite e, por favor, ou renove suas forças e seu interesse de crescimento ou mude de ramo, pois é dessa forma que você acaba com a reputação de uma biblioteca e de um bibliotecário.
Uma mente inovadora chama atenção onde for, pode acreditar. Mostre para os demais que você é mais do que um atendente de balcão, que descreve um conjunto de informações e metadados em campos de programas de recuperação de informação, com o rosto parecido com o da Bibliotecária Mal Humorada.
Bibliotecária Mal Humorada. Foto: reprodução do Facebook
Bem, atualmente trabalho em uma biblioteca de uma instituição de ensino superior privado em Belo Horizonte, onde a biblioteca realmente fica escondida, no fundo de um corredor estreito, e muitos alunos ainda possuem dificuldades para compreender que a instituição possui uma biblioteca que oferece serviços e materiais gratuitamente a eles e que está a disposição quando eles precisarem, o que me faz diariamente levantar com uma nova ideia para implementar na instituição. É assim que vejo o quanto tenho que trabalhar para melhorar minha unidade de informação e automaticamente melhorar os serviços oferecidos pela instituição onde trabalho.
E quando atingir meus objetivos dentro dessa unidade de informação, não pense que acabou. É por que chegou a hora de melhorar o que é oferecido pela biblioteca. Vamos ter orgulho do que somos e gosto pelo que fazemos. Não é a biblioteca que faz o bibliotecário, e sim o bibliotecário que faz a biblioteca que ele deseja trabalhar. Então comece a mudar a sua história, a situação do seu local de trabalho e a falácia idealizada do bibliotecário e da sua biblioteca.