Por Bianca Bibiano, da Veja.

Os livros contaminados por inseticida na biblioteca da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH – USP) serão removidos ainda nesta semana. De acordo com Bruno Rocha, representante do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), os funcionários da instituição decidiram, em assembleia na manhã desta quinta-feira, reabrir a biblioteca após a retirada do acervo para limpeza e tratamento.

A biblioteca, que concentra um dos maiores acervos da instituição — cerca de 450.000 obras—, permaneceu fechada nesta semana, mesmo com o início das aulas na universidade, na última segunda-feira. Trabalhadores da biblioteca alegaram prejuízos à saúde causados pela contaminação. A previsão é que o acervo seja retirado até sexta-feira, e as atividades retomem na próxima semana.

A contaminação foi constatada em 2014, quando cinco volumes da coleção especial João Cruz Costa, de cerca de 9.200 exemplares, foram encontrados encobertos por um pó branco. Laudo do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) indica que o material é um inseticida. Com o acordo assinado nesta segunda, todo o acervo dessa coleção será lacrado e levado para limpeza. O material só poderá retornar à biblioteca Florestan Fernandes após receber um laudo de uma empresa especializada em conservação de acervos bibliográficos.

Representantes dos funcionários vão assinar o acordo com a direção da FFLCH nesta tarde. Entre as reivindicações que constam do documento estão uma recomendação para que todos os funcionários passem por exames clínicos, incluindo estagiários, monitores e funcionários terceirizados, e a exigência de um pedido de desculpas formal da direção aos trabalhadores. A biblioteca também deverá passar por uma análise da qualidade do ar, recomendada pela Coordenação de Vigilância em Saúde (Covisa).

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