Por Lelé Guerra, do ZH Opinião.

Assim como quando a televisão surgiu, todos apostaram no fim do rádio e, mesmo com a praticidade dos DVDs, ninguém abriu mão de uma boa sessão de cinema, eis uma questão que ainda divide opiniões: livro de papel ou e-books, que estão surgindo com força e causando encantamento para muitos leitores.

Os dois carregam vantagens e desvantagens. Os leitores sempre trazem o prazer de folhear o livro de papel e não abrem mão do cheiro do livro novo. O livro digital traz a vantagem da facilidade de lê-lo em apenas alguns cliques. Já o peso do livro impresso e o cansaço causado pela tela do computador na leitura dos e-books são apontados como desvantagens.

Não podemos negar as possibilidades que a era digital nos oferece, pois esse é um caminho sem volta. Como professores, temos que ajudar nossa criança e jovem a desenvolver as habilidades de analisar, selecionar, classificar, refletir, julgar as informações recebidas. Esse é o caminho.

O livro, o jornal, a internet são suportes de informação. O mais importante é o que fazer com as informações recebidas. Se suas leituras serão feitas no papel ou na tela, acredito não fazer diferença. Cabe ao professor valer-se dessas leituras para estimulá-los a práticas que possibilitem enfrentar desafios de uma vida em sociedade e fazer uso desse conhecimento para continuar aprendendo ao longo de sua existência.

Acredito que se uma boa literatura for apresentada aos alunos e suas leituras diárias passarem pela análise, seleção e reflexão do leitor, certamente ele se tornará um ser criativo e entenderá que a tecnologia está à sua disposição e não ao contrário. Ela será aquilo que fizermos dela. Se quisermos que ela seja voltada para a banalidade e para o vazio, ela será. Se quisermos que ela seja dinâmica e educativa, ela será, independentemente da plataforma em que o texto se apresentar. A melhor tecnologia é a nossa mente. Ela pensa, raciocina, intui, cria.

E, quanto ao livro de papel, ainda veremos nossos netos e talvez bisnetos com ele na mão por um bom tempo. Essa migração definitiva ainda está distante de acontecer.

Ler é o mais importante. Ler para refletir, se divertir, ter ideias, posicionar-se, trocar de opinião.

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