A familiaridade com a literatura, a leitura, o livro e a escrita, adquirida ainda cedo, nos tempos de infância no Acre, Francisco Gregório Filho trouxe ao Rio de Janeiro quando para cá se mudou ainda na década de 1960. Dramaturgo de formação, Gregório tem hoje a leitura e a literatura como verdadeiros ofícios. Ao longo de sua trajetória se dedicou, e continua a se dedicar, a projetos na área cultural, especialmente as que envolvem leitura e escrita. Funcionário aposentado da Biblioteca Nacional, participou da equipe técnica do Setor Educativo do Paço Imperial, e de maio a outubro de 2010, iniciou a implantação da Secretaria de Promoção da Leitura de Nova Friburgo, estado do Rio de Janeiro, primeira secretaria municipal dedicada à leitura no país. Vivendo “Entre Rios” (título de sua biografia escrita pela jornalista Tania Machado), a literatura de Gregório remete quase sempre à tradição literária, especialmente aquela estabelecida por meio da oralidade, onde elementos da natureza e do folclore estão sempre presentes: “Eu estou mergulhado no processo de recontar e reescrever contos populares. Então tenho escrito, publicado e desejo publicar ainda mais o repertório dos contos populares contados no Brasil”. Um desses contos, A moça e o papagaio, será publicado em breve pela Editora Biblioo. Nesta entrevista Gregório demonstra sua crença de que a leitura é um caminho para a qualidade do exercício da cidadania.

Quais são as lembranças mais remotas que você tem da sua relação com o livro e a leitura?

Na minha infância meus avós eram contadores de histórias. Meu avô sugeriu a minha mãe que adquirisse um livro, Contos da carochinha, de autoria do Alberto Figueiredo Pimentel. Esse livro foi publicado pela primeira vez em 1894, um livro com mais de 100 anos e é o primeiro livro publicado no Brasil dedicado a leitura dos jovens. Figueiredo Pimentel reuniu contos populares e publicou. Hoje se desdobrou em três títulos: Contos da carochinha, Contos da vovozinha e Contos da baratinha. Então são três volumes, mas inicialmente era um volume apenas e foi publicado pela editora Garnier. Com esse livro meu avô contava histórias e eu comecei a ler as palavras que meu avô contava nas histórias. Meu processo de intimidade com o texto e de alfabetização foi com a memória da voz de meu avô.

Leia o texto completo na edição 37 da Revista Biblioo. Adquira em nossa loja virtual.

Comentários

Comentários