RIO – A Revista Biblioo esteve na abertura da Semana de comemoração dos 20 anos do Programa Nacional de Incentivo à Leitura (PROLER), na Casa da Leitura da Fundação Biblioteca Nacional (FBN), localizada na Rua Pereira da Silva, 86, no bairro carioca de Laranjeiras.

O PROLER é um programa de incentivo a leitura e a escrita, vinculado a Fundação Biblioteca Nacional (FBN) e ao Ministério da Cultura, criado em 1992 e está presente em todo o país através dos seus setenta e oito comitês, organizados em diversas regiões brasileiras e comprometidos com a democratização do acesso à leitura.  De acordo com Carmen Pimentel, coordenadora nacional do PROLER, “a ideia é aumentar em 15% o número de comitês para poder atingir outros municípios e regiões do Brasil, garantindo assim um número maior de leitores”.

Galeno Amorim, presidente da FBN

A semana de comemoração das duas décadas de existência do PROLER foi realizada de 14 a19 de maio com grandes atrações, dentre elas a exposição PROLER: 20 anos de incentivo à Leitura no Brasil, a exibição do documentário Ziraldo: o eterno menino maluquinho, além de palestras, apresentações musicais e muita contação de histórias.

Ao som de Vou Vivendo, choro de autoria do Pixinguinha, foi iniciada a mesa de abertura da semana intitulada, Reflexões sobre os 20 anos do PROLER e as ações de leitura, que contou com a participação de Eliane Yunes, coordenadora da Cátedra de Leitura da UNESCO, Francisco Gregório Filho, primeiro coordenador do PROLER, Galeno Amorim, presidente da FBN e Maria Antonieta Cunha, secretaria executiva do Plano Nacional do Livro e da Leitura (PNLL), além de Carmen Pimentel, coordenadora nacional do programa.

Francisco Gregório Filho: um dos pioneiros do PROLER

Uma mesa repleta de histórias e relatos de experiências vividas durante duas décadas de existência do PROLER, cuja fala dos debatedores evidenciou o respeito, o carinho e o reconhecimento da importância do programa na luta pela democratização da leitura. Francisco Gregório Filho, um dos pioneiros, fez questão de lembrar algumas histórias marcantes no período que foi coordenador. Em uma de suas recordações revelou que o primeiro convidado especial para desenvolver uma roda de leitura pelos corredores da FBN foi Grande Otelo, ator e comediante morte em 1993.

Para Eliane Yunes, que também já esteve à frente do PROLER, a questão da leitura é vital. Ela ressaltou que começou a se interessar pela formação de leitores devido à literatura de Monteiro Lobato. “Nesses vinte anos na luta de formação de leitores, o PROLER sobreviveu a desarticulações, a falta de verbas e a intempérie”, destacou Eliane.

Eliane Yunes: ela já esteve à frente do PROLER

Em sua fala o presidente da FBN, Galeno Amorim, fez questão de ressaltar a importância dessa comemoração e prestou homenagens aos funcionários da Casa da Leitura e ao idealizador do PROLER, o poeta Affonso Romano de Sant`Anna, que presidiu a Biblioteca Nacional durante seis anos. Galeno também ressaltou o aumento de investimentos no programa, denominou o ano de 2012 como a “fase da bonança”, já que o orçamento anual do PROLER cresceu em torno de quatro ou cinco vezes mais.

Sabemos que no Brasil a leitura ainda não, na prática, é um direito de todos os cidadãos. Sendo assim, a luta pela democratização da leitura ainda persiste. Para que esse desafio seja conquistado, a participação das bibliotecas e dos bibliotecários é, no entendimento de Maria Antonieta Cunha, secretaria executiva do PNLL, de suma importância. “Nós que trabalhamos com a leitura somos a lente que vai possibilitar o menino míope a ver o mundo; não podemos nunca perder a vontade de que todos tenham uma lente com mais poética e verdade”, destaca Antonieta.

Clique aqui para ler integralmente a entrevista de Carmen Pimentel que compôs essa reportagem.

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