RIO – Quem passou pela Estação Leopoldina durante os dias 20 a 23 de outubro se deparou com a segunda edição da Rio Comic Con, a maior feira de quadrinhos da cidade. Todo o espaço decorativo foi bem preparado, recheado de painéis de super-heróis e informações sobre os principais nomes presentes no evento. A programação contou com a participação dos artistas brasileiros Fábio Moon, Rafael Grampá, Rafael Ba, dos argentinos Liniers, Salvador Sanz e com o escritor britânico Chris Claremont, que causou grande comoção entre os fãs de X-Men.

Para comemorar os 75 anos da editora americana DC, capas históricas foram espalhas por todo o local. A casa do Batman e do Superman ganhou verdadeiro destaque pelas plataformas, com direito a clássicos como Dark Knigt (obra de Frank Miller, de 86), as primeiras edições da Dectetive Comics e da Action & Comics. A Mulher Maravilha e o Lanterna Verde também tiveram seus pontos reservados – esse último vive uma excelente fase nos quadrinhos, após alcançar projeção mundial com o filme lançado esse ano pela Warner.

O contato dos fãs com os ídolos

Não foram só os quadrinhos americanos que receberam prestígio. O grupo de autoras do conglomerado japonês CLAMP levou o ar nipônico para o evento. A sensualidade da personagem Valentina, criação do italiano Guido Crepax, exigiu uma exposição em sala separada com cortinas roxas e luzes intensas.

Já o lendário Will Eisner recebeu merecida homenagem, onde, dentro de uma espécie de caixa, corredores exibiam quadros de seus desenhos originais. Para os fãs foi um meio de ficar em maior contato com o ídolo, pois objetos de uso pessoal estavam expostos, bem como algumas frases ditas por ele. É do conhecimento de alguns que Eisner era encantado pelo Brasil. O desenhista chegou a dizer que teria sido brasileiro em outras vidas. Além de desenhos, um documentário e a estatueta do personagem The Spirit ficaram disponíveis ao público.

Mesmo com toda dedicação, os estandes de vendas disponíveis eram poucos, mas o fato não diminuiu a variedade dos produtos – de camisas e adesivos a bottons e livros. A Livraria da Travessa, conhecida por manter forte estoque de quadrinhos, tinha a maior loja, contudo quem esperava promoções e preços baixos se decepcionou. Aos atentos à programação, foi possível pegar senhas para debates e autógrafos com profissionais da área, porém alguns artistas estiveram à disposição dos fãs durante os quatro dias, como os gêmeos paulistanos Rafael Grampá e Fábio Moon, solícitos aos pedidos de autógrafos e fotos.

Na busca pelo reconhecimento

Nas plataformas, fora da área principal da estação, os artistas menos conhecidos ganharam espaço para divulgar seus trabalhos, exibindo desenhos e fanzines. A dificuldade de obter reconhecimento se acentuou com o interesse de uma plateia mais disposta a gastar com bugigangas e produtos de licenciamento das grandes marcas do que tendo contato com novas experiências.

Mesmo em um local distante e com baixo número de frequentadores ainda, ter um evento como esse, onde os quadrinhos podem ser expostos e divulgados, é sempre maravilhoso. Afinal, não custa lembrar ao público que há mais nas páginas de uma HQ que homens com seus super poderes e suas cuecas coloridas. É possível sim, encontrar boas histórias, dos mais diversos tipos, para os mais diferenciados gostos. Basta procurar e, com investimentos como esse, a procura torna-se cada vez mais fácil.

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