Depois de cumpridos os prazos de recursos, o Departamento de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas (DLLLB) do Ministério da Cultura (MinC) divulgou, nesta quinta-feira (9), o resultado final do Prêmio Ferreira Gullar. Os três primeiros classificados receberão prêmio em dinheiro – conforme estabelecido no edital – e troféus, em solenidade prevista para ocorrer no próximo mês.

 Foram selecionados os trabalhos O Universo de Ferreira Gullar, de Elisson Bastos Tavares, de Manacapuru (AM); Ferreirinha Game: Os Poemas de Ferreirinha, de João Vitor Cardozo de Oliveira, de Duque de Caxias (RJ); e A Arte Existe Porque a Vida Não Basta, de Hiago Matheus Cunha Pereira, de Itajaí (SC). O primeiro colocado receberá R$ 10.000; o segundo, R$ 7.142,86 e o terceiro, R$ 4.285,72.

 Os selecionados têm prazo de cinco dias corridos para apresentar a documentação complementar: cópia da Carteira de Identidade e do CPF, Certidão Conjunta de Débitos Relativos a Tributos Federais e à Dívida Ativa da União do responsável indicado pelo grupo e documento indicando agência, conta e banco para depósito do valor do prêmio.

Esta é a primeira etapa do prêmio, voltado para estudantes matriculados em escolas da rede pública ou privada de ensino fundamental ou médio. O objetivo foi incentivar o interesse pela leitura, estabelecendo um diálogo entre os jogos digitais e a literatura. Os candidatos deveriam criar um jogo ou aplicativo inspirado na obra de Ferreira Gullar.

O DLLLB recebeu 60 inscrições e foram habilitados os 11 melhores trabalhos. Desse universo, saíram os três primeiros colocados. O resultado foi publicado no Diário Oficial da União.

Ferreira Gullar

Nascido em São Luís, no Maranhão, Ferreira Gullar (pseudônimo de José de Ribamar Ferreira) foi poeta, crítico, ensaísta e líder do movimento literário conhecido como Neoconcretismo, surgido no Rio de Janeiro na década de 50. Os neoconcretistas acreditava que a arte tinha sensibilidade, expressividade e subjetividade próprias e eram contrários às atitudes cientificistas e positivistas nas manifestações artísticas.

Gullar iniciou a poesia concreta com o livro A Luta Corporal, publicado em 1954. Em 1956, participou da primeira exposição de poesia concretista, que foi realizada em São Paulo, da qual Lígia Clark e Hélio Oiticica foram alguns dos destaques. Algum tempo depois, rompeu com os concretistas e passou a ligar-se ao pensamento progressista do período, passando a ter forte envolvimento político. Filiado ao Partido Comunista Brasileiro, Gullar chegou a ser preso e exilado durante o regime militar. Nesse período, publicou Poema Sujo (1975), quando estava no exílio em Bueno Aires. Voltou ao Brasil em 1977.

O poeta escreveu diversas peças teatrais, em parceria com outros dramaturgos, como Oduvaldo Vianna Filho, o Vianinha, e Dias Gomes. Recebeu o Prêmio Jabuti de Melhor Livro de Ficção de 2007, com Resmungos. Em 2010, recebeu o Prêmio Camões e, quatro anos mais tarde, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras. No ano passado, foi agraciado com a Ordem do Mérito Cultural (OMC) no grau máximo Grão Cruz. Oferecida pelo MinC, a OMC é a principal condecoração pública da área da cultura no Brasil.

*Com informações do MinC

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