Numa semana em que Hugo Chávez morre e que sou processado disciplinarmente por manifestar minha opinião, nada mais trágico do que receber a notícia da eleição de Marco Feliciano, um deputado acusado de racismo e homofobia, para presidir a Comissão de Direitos Humanos da Câmara.

Esta é a Comissão responsável por conquistas importantes como a instalação da Comissão da Verdade, responsável por investigar crimes cometidos por agentes do Estado durante a ditadura militar brasileira.

Digno de nota foi a postura do ex-presidente da Comissão, o deputado petista, conterrâneo meu, Domingos Dutra. Indignado com a possibilidade de Feliciano ser eleito, Dutra renunciou ao cargo antes do início da votação, afirmando que aquilo havia se tornado uma ditadura. E de fato havia.

O regimento interno da Câmara é claro ao afirmar que esse tipo de seção será pública. No entanto, as portas estavam fechadas ao povo sob a alegação de que estes iriam tumultuar os trabalhos.

Como disse o deputado Jean Wyllys, do PSOL do Rio, a Comissão, constituída precipuamente para atender as minorias, era feita dos que trabalhavam por ela. Sendo assim, ao se afastar dela, ele e outros parlamentares expurgados, continuariam a lutar pelos direitos humanos em outras frentes.

Esperamos que assim o seja.

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