No final de setembro a recém empossada ministra da Cultura, Marta Suplicy, veio ao Rio para cumprir agenda oficial e na ocasião anunciou R$ 70 milhões em investimentos na Biblioteca Nacional. A verba deverá ser usada nas obras de engenharia e restauração no prédio sede, no Centro, e no anexo, na Zona Portuária, onde será implantada a futura Hemeroteca Brasileira.
Como é de conhecimento geral, o prédio da BN vem passando por vários problemas, como curtos-circuitos, inundações e má conservação. A Revista Biblioo esteve presente na ocasião da visita e participou da entrevista coletiva.
Abaixo alguns pontos importantes da fala da ministra:
Marta chega à BN acompanhada de Galeno Amorim, presidente da instituição
Os recursos
Marta Suplicy: São verbas acordadas com o Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) para recuperação da Biblioteca Nacional. Já teve alguns recursos passados e já se fez algumas reformas básicas no que era mais necessário para impedir qualquer catástrofe. Agora o recurso de 70 milhões [de reais], que vão estar detalhados para vocês, tem [como destino a] reforma do telhado, várias coisas… Mas o que era mais premente já está sendo executado em uma das partes desses 70 milhões.
As responsabilidades
Marta Suplicy: Primeiro tive mais uma discussão teórica do que está acontecendo, de como se dividem as responsabilidades, o que é da parte da diretoria de leitura, o que é de responsabilidade da própria gestão da biblioteca e dos desafios que o presidente da Biblioteca colocou para executar, especialmente na área de estrutura, mas também no número enorme de edições que chegam. Como vocês sabem todas as editoras são obrigadas a mandarem um ou dois volumes para o depósito legal e não tem mais onde colocar. Tem a situação dos periódicos também que o número é maior ainda. Então tem que ser encontrada uma solução. Conversamos sobre isso rapidamente. Fiquei muito impressionada com a beleza da Biblioteca. Achei muito impactante e bonito. Realmente é algo que não podemos correr o risco de qualquer perda.
Os prazos
Marta Suplicy: Já começaram, porque já entrou o recurso antes dos 70 milhões que impossibilitam qualquer desastre maior. Isso já está fora da questão. Os emergenciais já estão acontecendo. Agora as outras vão demorar um pouco porque não é problema de recurso e sim da execução no interior do prédio. Achei um pouco longo o prazo de até 2015 e fiquei de dar uma olhada para ver se consigo encurtar. Talvez deva resolver porque não conheço a parte burocrática, mas vou me informar porque foi uma sugestão do próprio Instituto Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) para fazer a obra de forma mais tranquila.
Municípios sem bibliotecas públicas
Marta Suplicy: Olha, tem um plano aqui com começo, meio e fim, mas eu preferia não me pronunciar a respeito disso ainda.
Recursos humanos
Marta Suplicy: Isso não foi mencionado aqui, mas provavelmente deve existir a mesma necessidades dos outros órgãos públicos que estou visitando. Não foi mencionado porque isso não era o mais premente.
Direitos autorais
Marta Suplicy: O que temos que ter consciência é que o autor tem que viver de sua obra e nós estamos vivendo a contemporaneidade da internet que não tem volta. […] Tenho que escutar, para ver se conseguimos uma brilhante ideia que seja o máximo possível de consenso, com uma situação de urgência, de patamar de compreensão, de vivência, de cultura. Se pensarmos que algum tempo atrás passávamos um fax e agora ninguém mais tem fax… As coisas mudam rapidamente. Agora são acúmulos de século funcionando de uma forma e de termos de preservar quem cria para que possa viver de sua arte, sua criação. Então como fazer isso combinado com o que está acontecendo? Agora vou ouvir porque ninguém tem resposta rápida e pronta. Mas através de muito estudo vamos chegar a uma compreensão para que não fique no abstrato. Quando você não tem um parâmetro você só cria desagrado de todo lado. Agora não vai ser rápido porque não é uma coisa que você chega a uma conclusão ouvindo dois grupos.