D’O Globo

“Meu Deus sertanejo! Minha onça malhada, meu divino jaguar de sangue, fogo e pedras preciosas! Eu não creio em nada! Vinde inflamar meu sangue com aquele dom de fogo chamado fé, mesmo que vossa fé venha a me queimar, como a ventania deste meu reino sagrado e sangrado, o espinhara, o sertão incendiário e abrasador” – Da “Pedra do Reino”

“Medo (da morte) não. Nem gosto de dizer essas coisas, porque não gosto de contar valentia por antecipação. Pode ser que, na hora, eu até me apavore. Mas não tenho medo. Só tenho medo de morrer sem terminar um livro que eu esteja escrevendo.” – Entrevista ao GLOBO em 4 de agosto de 2013

“Eu tenho a maior convicção de que, com os elementos da chamada arte arcaica, a gente pode fazer uma arte que se projeta até o futuro” – Entrevista aos “Cadernos de literatura”, do Instituto Moreira Salles, de 2000

“Sofri duas influências poderosas na minha vida, a do meu pai e a de Euclides da Cunha. Todos dois davam mais importância ao campo do que à cidade. Depois do assassinato do meu pai, comecei a ver na imprensa da Paraíba ataques violentos. Naqueles embates políticos da revolução de 1930, meu pai era líder das forças rurais. O lado contrário ao meu pai foi o vencedor. Como sempre acontece, começaram a apresentar meu pai e as forças rurais como o mal. E João Pessoa e o urbano representavam o bem.” – Entrevista ao GLOBO em 9 de junho de 2007

“Acho que, se eu falar bem, em termos brasileiros, do homem brasileiro, eu estou pretendendo falar de todos os homens, do homem universal. Quando eu leio Dostoiévski, eu procuro encontrar o homem universal através do homem russo” – Entrevista ao “Correio da Manhã”, em 8 de setembro de 1971

“Eu tenho percorrido o Brasil e o que mais me entusiasma é a unidade que se mantém, apesar das diferenças. As duas vertentes mais importantes da cultura brasileira são a barroca, que herdamos dos portugueses, e a popular. É isso que faz a unidade do Brasil. Eu, hoje, com franqueza, não me sinto somente um nordestino. Eu me sinto hoje um brasileiro.” – Entrevista ao GLOBO, em 3 de junho de 2007

“Meu teatro procura se aproximar da parte do mundo que me foi dada. Um mundo de sol e de poeira, como o que conheci em minha infância, com atores ambulantes ou bonecos de mamulengo” – Ao “Estado de São Paulo”, em 15 de junho de 2002

“Não sou uma voz solitária no deserto” – Ao “Estado de São Paulo”, em 17 de junho de 2007

“O fato de Romário ter feito o milésimo gol no Sport pouco me importa. Para mim o Sport é o maior do mundo. É tudo” – Ao “Lance!”, em 21 de maio de 2008

“Pode acontecer que uma literatura erudita seja superior a uma literatura popular. Mas pode acontecer o contrário também” – Ao “Correio da Manhã”, em 8 de setembro de 1971

“Eu tenho antipatia por esse negócio de neoliberalismo, que está tornando o Brasil tedioso. Nós tínhamos muitos defeitos, mas não esse do tédio. Vejam, por exemplo, o jeito que a Seleção Brasileira jogava futebol e veja a covardia de hoje.” – Ao “Estado de S. Paulo”, em 13 de julho de 1994

“As pessoas dizem que sou contra a cultura americana. (Herman) Melville é um gênio e ‘Moby Dick’ uma das maiores obras-primas da literatura universal de todos os tempos. Do que não gosto é dessa cultura massificada que querem nos impor como modelo, então dizem que sou contra a cultura americana pelo fato de ser contra Michael Jackson ou Madonna. Os próprios americanos que têm juízo também são.” -Ao ‘Jornal do Brasil’, em 7 de dezembro de 1997

“A arte, por natureza, não é uma imitação do real, é uma recriação. É uma realidade magnificada. Por isso que não tenho afinidade com a obra de Nelson Rodrigues. (…) Quando li ‘Álbum de família’, quase morri de rir: a filha era apaixonada pelo pai, que gostava da irmã dela que, por sua vez, gostava do irmão. Parecia um museu de horrores.” – Ao “Estado de S. Paulo”, em 7 de maio de 2011

“Nunca olhei a internet. A velocidade da comunicação não é coisa boa. Arte exige vagar e e dedicação exclusiva.(…) Infelizmente, no território da arte, não existe democracia. Nem pode existir. Cervantes só existe um. Ninguém chega a ele através do computador.” – À “Folha de S. Paulo”, em 28 de julho de 2012.

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