Penso que cada um de nós, seres humanos, possui um pouco de sociólogo dentro de si, mesmo sem ter estudado anos a fio as disciplinas, entre elas, a Antropologia Social, da qual se deriva, dentre várias, a Etnografia. De acordo com a Wikipédia, a Etnografia é por excelência o método utilizado pela antropologia na coleta de dados. Baseia-se no contanto intersubjetivo entre o antropólogo e seu objeto, seja ele uma tribo indígena ou qualquer outro grupo social sob qual o recorte analítico seja feito. Desta forma considero o fato de que cada um de nós tem um pouco de antropólogo, pois este é um processo natural do ser humano: avaliar suas atitudes e as atitudes de seus semelhantes.

Interessei-me por este tema, pois vejo o quanto ele é importante no contexto cultural. Entendem-se hábitos, costumes, o porquê de se fazer isso e não aquilo, porquê existiam os objetos tais, que passaram a não existir mais. A Etnografia cuida de todos estes aspectos. De acordo com Carmem Lúcia Guimarães Mattos, em seu livro A abordagem etnográfica na investigação científica, “a etnografia estuda preponderantemente os padrões mais previsíveis do pensamento e comportamento humanos manifestos em sua rotina diária; estuda ainda os fatos e/ou eventos menos previsíveis ou manifestados particularmente em determinado contexto interativo entre as pessoas ou grupos”. É um tema muito rico, visto a variedade de sub-campos de trabalho. Com a Etnografia, me lembro automaticamente do Museu Nacional (e ao contrário de pensar que foram por conta das aulas, me lembro, pois já estagiei no belo Museu) e sua reserva etnográfica. A quantidade de objetos guardados lá, fotos armazenadas em computadores, descrições, entre outros.

O trabalho de um sociólogo (ou antropólogo, não sei ao certo) é muito rico e empolgante. A História em si é uma coisa empolgante. Estudar o porquê de certos costumes é muito legal, pois você emerge em um mundo que, ao fim do estudo, te faz sentir vontade de ter morado naquela época, ou naquela tribo. Nos dá a impressão de, de uma certa forma, participarmos dos acontecimentos anteriores que nos levaram àquela pintura, àquela imagem, por exemplo.

Pensando no Brasil, por fim, a Etnografia ajudou (e vem ainda ajudado) nas pesquisas com relação a costumes de tribos indígenas: seus hábitos, objetos, festas. É uma parte riquíssima de nossa história, que várias vezes é deixada de lado. Uma nada europeizada na qual podemos aprender muito, na qual podemos nos emocionar, bater no peito e falar: “Esta é a cultura do meu Brasil!”.

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