A versão para canto e violão da “Canção do poeta do século XVIII”, dada como obra “não localizada” nas últimas duas edições do catálogo de obras do compositor publicado pelo Museu Villa-Lobos (1989; 2009), foi encontrada na Fonoteca da Biblioteca Central da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO).

Transcrita por Arminda Neves de Almeida (Mindinha), segunda esposa de Heitor Villa-Lobos, a peça traz anotações do autor. O manuscrito inclui também a indicação expressa de que se trata da “adaptação para canto e guitarra” da Canção do Poeta do Século XVIII.

A busca foi feita pelo pesquisador egresso da UNIRIO, Humberto Amorim, atual docente da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que identificou a partitura com versão para canto e violão da obra, perdida há mais de seis décadas. Na procura, contou com a colaboração da bibliotecária Barbara Ribeiro, responsável pela Fonoteca da Biblioteca Central.

Parte do acervo da Biblioteca da UNIRIO provém do antigo Conservatório Nacional de Canto Orfeônico, entidade fundada por Heitor Villa-Lobos que deu origem ao atual Instituto Villa-Lobos (IVL), escola de música da UNIRIO. Ao receber o espólio musical herdado da instituição, a Biblioteca da UNIRIO incorporou a seu acervo documentos produzidos pelo compositor.

A obra

Maestro, pianista, violonista, compositor e violoncelista, Villa-Lobos escreveu numerosas obras orquestrais, de câmara, instrumentais e vocais, totalizando mais de 1000 peças catalogadas. Apontado como principal nome da música clássica brasileira do século XX, Villa-Lobos concebeu, entre as décadas de 1940 e 1950, três diferentes versões para a composição Canção do Poeta do Século XVIII: a primeira, para canto e piano (1948); depois, para canto e violão (1953); e, ainda, para canto e orquestra (1959).

Responsável pela preservação e difusão da obra do músico, o Museu Villa-Lobos produz o catálogo de obras instrumentais, vocais e coleções do autor. Os especialistas Marcelo Rodolfo e Pedro Belchior, integrantes do Museu, atestaram a autenticidade da partitura encontrada. A quarta edição do catálogo, com lançamento previsto para abril, já incluirá a informação da obra como “existente”, em vez de “não localizada”.

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