A multiplicidade de temas expressada no documentário “O rosto no espelho”, faz com que seja delimitado algum ponto de partida para que não haja generalização do conceito de cultura. A cultura é expressa de inúmeras formas e, em diferentes contextos. A frase norteadora deste resumo crítico é a mesma citada no documentário supramencionado: “Nunca somos contemporâneos de nosso presente”. A partir desta premissa eclodirão interpretações sobre os temas trabalhados no documentário.

É evidenciado constantemente que para iniciar um movimento sociocultural é preciso conhecer o inicio da história do Brasil, da origem local, para que assim, possa entender e construir o presente e o futuro, isso não quer dizer reproduzir, mas reinventar.

A tradição é algo marcante em todo o documentário, é ele que reproduz o conhecimento (arcaico) que é passado de geração em geração. Chame-se comumente de tradição oral, ou seja, é o ensinamento passado por pessoas que, talvez, não tiveram acesso ao ensino básico. São histórias contadas pelos “mais velhos” que não deixam de serem conhecimentos para gerações futuras. Nesse tipo de tradição não tem o livro, é a figura de uma pessoa que representa à “biblioteca”.

O documentário nos faz refletir sobre: O que é cultura? Quais são as nossas “raízes” culturais? No entanto, ao mesmo tempo em que nos é feito esse tipo de provocação, também é ratificado a existência de uma contraglobalização cultural. É nesse núcleo conservador que cada movimento cultural toma posse, não aceitando novas condutas sociais e não acolhendo modificações que podem existir. Contraglobalização é a maneira com a qual uma determinada cultura, por intermédio da globalização, não admiti intervenções em suas realidades.

Todavia, os coordenadores de cada projeto social e cultural mostrado no documentário, “O rosto no espelho”, rescindem com o paradigma de uma cultura elitizada. Veiculam a cultura local para o global. Além disso, tomam posse das tecnologias da informação e comunicação para divulgação de suas crenças locais. A dança, música, cinema e teatro produzidos localmente e veiculados através dessas tecnologias que proporcionam a diminuição da distância entre culturas diferentes.

Um ponto importante que deve ser ressaltado é a intervenção do narrador que, perto do final do documentário, entende que a partir das vivências que lhes foram proporcionadas constrói e reconstrói sua identidade. Ou seja, é nesse instante que até mesmo o narrador descobre que é preciso adotar à mudança cultural, revendo seus conceitos, adotando outros modos e reinventando-se culturalmente. Sendo multicultural, menos excludente.

Assista abaixo:

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