Por G1 São Paulo.
Um laudo do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) diz que um pó branco encontrado em livros da biblioteca da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciência Humanas da USP no ano passado é um inseticida. A possível contaminação de funcionários foi motivo de protesto nesta segunda-feira (23), informou o SPTV.
As portas da biblioteca Florestan Fernandes não abriram nesta segunda. Parte dos alunos resolveu protestar. “A exposição é incontrolável. Qualquer pessoa que entre está sujeita a ser contaminada pelo produto”, disse a estudante de letras Letícia Oliveira.
Um funcionário que não quis se identificar conta que passou mal depois de mexer em alguns livros. “A minha barba caiu um pouco dos pelos. Eu tive que ir ao dermatologista. Comecei a utilizar um remédio para voltar, e sentia que os dedos coçavam. E também não conseguia parar de espirrar”, afirmou.
O diretor do Sindicato dos Trabalhadores da USP disse que o inseticida encontrado foi usado na década de 1960 para preservar o acervo doado por um ex-professor. “Não há como determinar quantos desses 9,2 mil livros estão contaminados ou quantos eles estão contaminando os outros livros da biblioteca pela circulação de ar”, afirmou Bruno Rocha.
A biblioteca tem 450 mil livros que podem ser acessados por qualquer aluno. Mas isso não acontece nos 9,2 mil livros que foram doados. Eles estão atrás de tapumes de madeira e a diretora da biblioteca, Maria Laet, diz que isso nada tem a ver com a substância encontrada. Eles estão em uma área reservada porque ainda não foram catalogados.
A diretora fala que o inseticida foi encontrado em apenas cinco livros, que já estão isolados em outro local, mas ainda dentro da própria biblioteca. “Agora estamos na fase de contratação de serviços para avaliação do ar e do pó dentro da biblioteca, bem como serviço de higienização desses livros”, disse.
Ela afirmou que os funcionários contaminados já fizeram os primeiros exames e que nenhum problema grave foi detectado até agora. Não há prazo para a reabertura da biblioteca.