No bojo do debate político sobre a possível retomada do voto impresso no Brasil, capitaneado pelo presidente Jair Bolsalnaro, um grupo de bibliotecários e bibliotecárias pleiteia a retomada de fichas catalográficas impressas nas bibliotecas no Brasil. O grupo autointitulado “Bibliotecários Terraplanistas” alega que o modelo atual de catálogo online não é auditável, o que pode gerar problemas na segurança do atendimento aos usuários.

“Recentemente um usuário esteve na biblioteca onde trabalho solicitando obras de cientistas respeitáveis que defendem o uso da cloroquina e da hidroxilocroroquina como meio eficaz no combate à Covid-19, mas este material não estava na biblioteca. Daí concluímos que um complô comunista fez a retirada dos livros e periódicos sobre este tema do acervo com o intuito de corromper nossos pesquisadores”, disse a líder do grupo.

A ideia dos profissionais é levar a proposta ao Conselho Federal de Biblioteconomia (CFB) para que seja editada uma resolução que regulamente a matéria. “O modelo atual de catálogo online é passível de interferência por parte de hackers, que podem corromper as informações e até mudar os dados sobre o número de usuários, fazendo parecer que temos muitos leitores, quando se sabe que o brasileiro não gosta de ler”, defendeu outro integrante do grupo.

Também cresce entre os profissionais a reivindicação pelo retorno das fichas perfuradas, da microfilmagem, das máquinas de datilografia, do mimeógrafo e até dos telefones públicos com fichas. “Chega de doutrinação marxista-leninista. É preciso reestabelecer a família tradicional brasileira, com mulheres lindas, recatadas e do lar”, protestou um bibliotecário no grupo Bibliotecários do Brasil acima de tudo, Deus acima de todos.   

*IMPORTANTE: Este texto é uma ironia sobre a PEC 135/19, também conhecida como PEC do Voto Impresso, hoje em tramitação em Comissão Especial da Câmara dos Deputados. Ao disseminá-la, o faça informando que se trata de um texto de humor.

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