O Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro (APERJ) é uma importante instituição que salvaguarda a memória fluminense desde o século XVIII e encontra-se fechado há 15 dias por falta de condições de funcionamento. Localizado na Praia de Botafogo, 480, zona sul do Rio, o prédio está as escuras porque a Light cortou o fornecimento devido a inadimplência, dívida já chega ao valor de R$ 390 mil.
Criado em 1931, o APERJ possui um acervo com aproximadamente 4 mil metros e reúne documentos importantes da sociedade fluminense tais como o arquivo da Presidência da Província do Rio de Janeiro, tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (INEPAC) e a documentação das Polícias Políticas no Estado do Rio de Janeiro, nominada no Programa Memória do Mundo da Unesco. Além de servir à pesquisa acadêmica, o acervo é indispensável para a pesquisa probatória, visando a garantia de direitos de cidadania tais como indenizações aos anistiados políticos, aposentadoria etc.
Além de funcionários sem condições de exercer suas atividades profissionais cotidianas, diversos pesquisadores estão sem poder pesquisar e acessar o acervo da instituição. Uma nota de apoio ao APERJ está disponível na Internet com o intuito de pressionar o Governo do Estado para a resolução do caso e consequentemente o retorno das atividades. Em trecho, a nota ressalta a responsabilidade do poder público na garantia do funcionamento do referido órgão.
“Diante desta grave situação solicitamos que as autoridades do governo do estado, em especial a Casa Civil – a qual está vinculado o APERJ – tomem as medidas necessárias e imediatas para o restabelecimento da energia e das condições mínimas para o funcionamento deste órgão de Estado, que desempenha funções de alta relevância para o exercício da cidadania democrática e o desenvolvimento científico, social e cultural da sociedade fluminense. É responsabilidade do governo do estado do Rio de Janeiro zelar pela integridade do patrimônio documental fluminense”, trecho da nota de apoio que pode ser acessada clicando aqui.
Funcionários do Municipal realizaram ato hoje no Rio
Artistas e funcionários do Theatro Municipal do Rio de Janeiro realizaram um ato no início da tarde de hoje. Reunidos nas escadarias do Municipal, os servidores protestaram contra o atraso de salários que já vai para dois meses sem receber rendimentos e também ainda sem receber o décimo terceiro.
A falta de pagamento tem afetado a realização de alguns espetáculos tradicionais do Municipal, dentre eles concertos e o tradicional “Lago dos Cisnes”, previsto para junho deste ano foi cancelado. Durante o ato uma orquestra tocou nas escadarias do teatro o hino nacional e palavras de ordem.
Em depoimento ao Jornal O Dia, Ana Botafogo, há 36 anos no Municipal e atualmente diretora do balé alegou que muitos servidores e artistas sequer estão conseguindo chegarem ao teatro por não terem dinheiro para custear as passagens.
“Temos bailarinos jovens que começam a procurar o sol em outro lugar e será triste perdê-los. Fizemos sacrifícios, levamos alegrias enquanto nossas famílias estavam com dificuldades. Mas está mais insustentável desde novembro. Recebemos o salário a cada dois meses e as contas já estão comprometidas. Nossa manifestação artística é de paz, mas sobretudo para dizer à população: estamos aqui, mas estamos sofrendo”, alegou a bailarina.