Abre Biblioteca RioConforme divulgado amplamente pela mídia no último mês, as Bibliotecas-Parque, pertencentes à rede estadual de bibliotecas do estado do Rio, estão passando por uma contenção nos seus investimentos, o que levou as instituições (quatro no total) há limitarem os dias e horários de atendimento.

As unidades Rocinha, Manguinhos, Niterói e Centro avisavam os novos horários: de terça a sexta das 12h às 18h30. Antes o horário era de terça a domingo, das 10h às 20h e flexível para projetos das comunidades as quais pertencem.

Essas ações representam um sério retrocesso no processo de democratização da cultura, especialmente se levarmos em conta a escassez histórica de bibliotecas no Brasil. Como é de conhecimento geral, o país ainda não conseguiu superar o seu velho dilema de zerar o número de municípios sem este importante instrumento cultural.

Para tentar impor uma pressão sobre as autoridades responsáveis por estes espaços no estado do Rio, os bibliotecários estão iniciando uma bela mobilização, criando uma extensão carioca do Movimento Abre Biblioteca, iniciado há alguns anos no estado do Amazonas.

Como primeira ação, o Movimento realizará no dia 29 de maio um ato contra os cortes no setor da cultura do Rio, especialmente nas Bibliotecas-Parque. Mas para a empreitada lograr êxito, é imprescindível que a sociedade se engaje. Bibliotecários, professores, leitores e população em geral venham e apóiem este iniciativa.

Como instrumentos de divulgação, o Movimento Abre Biblioteca Rio já consta com um site (abrebibliotecarj.wordpress.com)e uma fanpage (https://www.facebook.com/abrebibliotecarj) onde as pessoas podem aderir à iniciativa. Acesse e participa.

Dentre as reivindicações do Movimento estão:

1) Não só que o antigo horário de atendimento (de 10h às 20h) seja retomado, como seja ampliado, passando a Biblioteca a funcionar de 08h às 21h;

2) Que a Biblioteca volte a abrir nos finais de semana em horário integral;

3) Que seja realizado o quanto antes concurso público para o preenchimento dos cargos, principalmente de bibliotecários e auxiliares de biblioteca

4) Que sejam revogados todos os cortes no setor cultural do estado

As origens do Movimento

O movimento Abre Biblioteca nasceu durante a realização da Primeira Bienal do Livro do Amazonas (ocorrida entre os dias 27 de abril a 06 de maio de 2012), inspirados no Marea Amarilla (Maré Amarela), movimento criado em prol da luta pelas Bibliotecas Públicas da Espanha.

As bibliotecárias Soraia Magalhães, Katty Anne Nunes, o estudante de Biblioteconomia Thiago Siqueira e a design Evany Nascimento decidiram criar uma mobilização para garantir a reabertura da biblioteca estadual do Amazonas que estava fechada e esquecido pelo governo local.

Através da movimentação e das atividades desenvolvidas na Bienal – como a contação de histórias, as rodas de leitura e a conversa com autores – os idealizadores do Movimento perceberam como o povo amazonense é carente em relação ao acesso aos serviços informacionais e o quanto seria importante para a cidade se a Biblioteca Pública fosse reaberta, oferecendo essas atividades para a população não apenas em eventos esporádicos.

À época, o primeiro passo foi a criação de uma petição pública em formato digital e impresso. Em apenas 11 dias, 892 pessoas assinaram a petição online, com mais 600 assinaturas na impressa. Além da petição, foi criado um grupo de discussão no facebook. A população local, artistas amazonenses e estudantes de Biblioteconomia se engajaram no movimento.

A resposta do poder público aconteceu no dia 15 de maio de 2012, quando o secretário de cultura do estado, Robério Braga, em depoimento a um jornal local, determinou a reabertura da biblioteca no prazo máximo de 60 dias, e, além disso, se predispôs a assinar a petição pública.

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