Histórias e depoimentos de várias regiões do país e números atestam o sucesso do Conaler 2020, o Congresso Nacional de Leitura online, que fez sua terceira edição e terminou no último domingo (9) com o registro de 58.314 visualizações contra 6.120 da edição passada. O evento reuniu em sua programação lives com 40 grandes nomes nacionais e estrangeiros, com transmissão gratuita pela internet e o envolvimento de pessoas de todas as regiões do país e mesmo do exterior.
Os inscritos vieram de cidades como Senador Canedo (GO), Garanhuns (PE), Sarandi (PR), Umirim (CE), Mossoró (RN), Galvão (SC) ou Janaúba (MG), entre outras, e também das grandes metrópoles e seus entornos, que revelam as demandas das fronteiras territoriais e socioculturais do Brasil.
“Tem sido uma experiência linda acompanhar o Conaler daqui da Amazônia”, disse Airton Souza. Já Rose do Santos enviou uma selfie com sua filha Maria, de cinco anos, destacando o quanto ela se sentiu representada com a fala contundente e antirracista da poeta negra Cristiane Sobral, enquanto a menina exclamava o contentamento por ver na tela do computador alguém parecida com elas fisicamente.
Numa programação bastante plural, passaram nomes como a Monja Coen, Marina Colasanti, Pedro Bandeira, Mary del Priore, Viviane Mosé, os escritores e jornalistas Ignácio de Loyola Brandão e Luiz Ruffato, o educador Cesar Nunes, os atores Antônio Grassi e Paulo Betti, Alice Ruiz, a cantora e escritora Fernanda Takai, o roteirista Fernando Bonassi e o escritor Cristovão Tezza. Os destaques internacionais ficaram por conta do historiador francês Roger Chartier, um dos mais maiores especialistas em leitura do mundo, e da poeta moçambicana Tânia Tomé.
Eles todos estiveram na tela do computador, tablet ou celular, conversando sobre o papel dos livros e das leituras em tempos de pandemia e de isolamento social. Foi debatido também a biblioterapia – ciência que usa a literatura como ponto de partida – e os vários formatos para fomentar as práticas leitoras, tais como os clubes de leitura
Conaler
As edições anteriores do Conaler, que já eram realizadas no modo online muito antes da pandemia do novo Coronavírus (a primeira delas foi em 2016), alcançaram enorme repercussão e tornaram acessível a muita gente a discussão de grandes temas e grandes nomes da área dos livros do Brasil e do mundo. Em 2020, diante da necessidade de isolamento social, com todo mundo em casa, ampliou mais ainda sua penetração.
A iniciativa foi do Observatório do Livro e da Leitura e teve a curadoria de Galeno Amorim, que já foi presidente da Biblioteca Nacional. Entre os apoiadores desta edição, estiverem parceiros como a ABM – Associação Brasileira de Municípios, Câmara Brasileira do Livro, Associação Nacional de Livrarias, Árvore Livros, Programa Recode de Bibliotecas e Rede Nacional de Bibliotecas.