Uma velha conhecida tem uma coleção de cartões telefônicos amontoados e pretende organizar, mais não sabe como começar. Pensando na melhor forma de organizá-los, ela procurou ajuda das futuras bibliotecárias. Para realização do trabalho, buscamos os recursos na biblioteconomia e suas ferramentas para iniciar a catalogação.
A catalogação é a descrição de dados relacionados aos recursos bibliográficos, com a finalidade de representar um determinado item de um centro informacional no processo da recuperação da informação. O AACR2 é um código de catalogação usado de forma internacional e atualmente, em uso conjunto com o formato MARC, favorece o intercâmbio de dados bibliográficos e catalográficos de forma internacional.
O AACR2 é adotado como um código padrão de catalogação para desvendar as regras e normas de descrição de um material, utilizado por catalogadores, bibliotecários e demais profissionais da informação para a representação da informação de um item de forma única.
Segundo Eliane Serrão Alves Mey (1995), “descrição bibliográfica é a representação sintética e codificada de um item, de forma a torná-lo único entre os demais”. Consultamos às regras de catalogação estabelecidas por Melvil Dewey, chamada de Classificação Decimal de Dewey (CDD), de 1876, e Rules for a dictionary catalogue [Regras para um catálogo dicionário], publicado por Charles Ami Cutter, também em 1876.
Esse último código inclui a catalogação de assuntos e de materiais especiais, normas de transliteração e elaboração de catálogos auxiliares, o esquema de classificação, a tabela representativa de sobrenomes criados também pelo Cutter, utilizados até hoje.
Para realização da catalogação de cartões telefônicos, analisou-se os detalhes das informações contidas no cartão para localização da coleção com base nas normas estabelecidas pela biblioteconomia.
Cada cartão telefônico contém informações em comum como o nome da série, operadora, data, tiragem, a tecnologia utilizada, quantidade de unidades, uma breve descrição da série/imagem, entre outros, apresentada no verso do cartão.
Pensando no tratamento da informação no processo de catalogação dos cartões, desenvolvemos uma política de catalogação e criamos a ficha catalográfica manual e ficha catalográfica no sistema.
Ficha Catalográfica
- Entrada principal: título do cartão por extenso, caso seja representado por números ou algarismos romanos;
- Inserir a série do cartão sempre como subtítulo, conservando a informação da série;
- No DGM – descrição geral do material, identificar como cartão;
- No local será inserida a cidade onde ocorreu a impressão dos cartões telefônicos;
- Na edição será colocado o nome da operadora que confeccionou a impressão dos cartões;
- Em notas, manter o maior número de informações da obra, objeto, produto ou pessoas que deu origem a imagem das coleções;
- Entrada secundária, o responsável pela montagem da imagem no verso do cartão;
- Sempre identificar as siglas existentes no cartão. Exemplo: SARP- Salão de Arte Ribeirão Preto.
Ficha Catalográfica Manual
Ficha Catalográfica de Formato Sistema
Após o processo de catalogação, tomamos o cuidado com a forma de arquivar o material catalogado. Utilizamos fichários e/ou pastas quatro furos, transparentes e resistentes com capacidade para 20 cartões por folha, o que facilitará a visualização dos cartões, manuseio e recuperação da informação.
Ainda pensando na praticidade, conservação do material e na busca da recuperação. Criamos um cartão informação com o objetivo de facilitar o seu manuseio, sem a necessidade de removê-los da pasta para visualização das informações contidas no verso e, consequentemente, evitar a danificação do material colecionado.
Cartão Informação
- Criar os “cartões informações” como o exemplo, mantendo as dimensões especificadas na figura: 5,3 cm X 8,5 cm;
- Utilizar fonte Arial em tamanho 12 ou 14 para o logotipo e tamanho 11 para os demais escritos com texto justificado na descrição, destacando em negrito as informações padrão;
- Personalizar os cartões informações considerando o colecionador como foco principal a ser destacado no logotipo;
- Considerar primeiramente a série, seguido por dois pontos (:) e o título (nome do cartão), seguido pela quantidade de cartões pertencentes a cada série entre parênteses, separado por barra. Exemplo: 1/26;
- Tiragem;
- Descrição;
- Curiosidade;
- Os “cartões informações” devem ser inseridos nas pastas ao lado do cartão correspondente.
Pretendemos com este trabalho contribuir por meio do conhecimento adquirido no curso de biblioteconomia, teorias e aulas ministradas pelos profissionais da área, elaborando a catalogação de cartão telefônico de um colecionador.
Durante o processo recorremos aos recursos disponibilizados na área, políticas de catalogação, AACR2, Classificação Decimal de Dewey, código de catalogação de assuntos de Cutter, entre outros. O trabalho pretende auxiliar colecionadores que estão com seus matérias empilhados em uma sala, armário ou gavetas e não sabem como organizar.
*Colaborou Paula Cristina Fernandes Moraes