Quem passou no entorno da Cinelândia, região central da cidade do Rio de Janeiro, no dia 22 de outubro e se deparou com uma aglomeração de jovens, cartazes de protestos, barracas e grupos de discussões, ficou meio perdido e sem entender o que significava. Trata-se do movimento Ocupa Rio por um mundo melhor, cujo objetivo é promover uma onda de protestos contra o capitalismo.
As reivindicações do movimento
Organizado por jovens através de um acampamento de forma espontânea na Cinelândia e inspirados no movimento Ocupe Wall Street, os manifestantes discutem e defendem temas como: Direitos Humanos, Igualdade Social, a construção da Usina de Belo Monte, Legalização da Maconha, entre outros.
O Ocupa Rio é um movimento apartidário que não possui líderes. As decisões são tomadas em Assembleias onde todos têm direito a voz, bem como indicarem propostas. A ocupação teve início no dia 22 de outubro e hoje já conta com aproximadamente 80 pessoas que estão acampados em 62 barracas. Esse número deve aumentar, visto que se trata de uma ocupação sem tempo determinado.
Tudo foi pensado de acordo com a logística da manifestação. Cartazes com frases de efeito reivindicam uma nova percepção de vida e de postura. Além das assembléias, acontecem grupos de discussões temáticos para que as propostas sejam elaboradas.
Em meio a barracas, bandeiras, cartazes, o movimento possui um pequeno acervo de livros acessível para todos que quiserem chegar e fazer uma leitura. Tudo funciona sempre de forma coletiva, seja na distribuição da alimentação, no revezamento das atividades diárias como segurança das barracas e gerador para energia elétrica.
De acordo com o sociólogo e ativista da legalização da maconha Renato Cinco, que esteve presente na manifestação, esse acampamento deliberou duas bandeiras fundamentais: uma é a luta contra o capitalismo e a outra é a luta por uma democracia real. Para Cinco, o caminho é esse, posto que “o Brasil só muda de baixo para cima”.
A nossa realidade
Recentemente uma onda de manifestações atingiu a cidade do Rio de Janeiro. Primeiro foram os protestos dos bombeiros, em que grande parte da população carioca aderiu a “luta vermelha” e em seguida vieram os professores, os correios e os bancários com suas greves e reivindicações por melhores salários e condições de trabalho.
Sabemos que muita ainda há de se fazer, mas o povo precisa se organizar e aumentar o seu nível de consciência. Assim a mudança se torna mais clara e possível. Como dizia o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho: “Indignar-se é preciso”.
Para maiores informações sobre o que está acontecendo na ocupação, acompanhe as informações no site: ( http://ocupario.org/).