Começou ontem e vai até o próximo domingo, dia 20, a Flup (Festa Literária das Periferias), que na sua 8ª edição chega ao Museu de Arte do Rio (MAR), na região central da cidade. Os organizadores do evento explicam que embora a missão e vocação da Flup seja dialogar e interagir com as favelas a partir destes territórios, o agravamento da violência contra as periferias, que tem como marco a intervenção militar nos morros, obrigou a transferência das atividades para o “que se convencionou chamar de asfalto”.

A Flup é uma festa literária internacional cuja principal característica é acontecer em territórios tradicionalmente excluídos dos programas literários. O evento já passou pelo Morro dos Prazeres, Vigário Geral, Mangueira, Babilônia, Cidade de Deus e Vidigal, até chegar ao centro da cidade, abraçando a região que o sambista Heitor dos Prazeres batizou de “Pequena África”.

Os cinco dias de programação celebram o poder da poesia falada, em particular, aquela produzida pelo povo negro, num local não muito distante do Cais do Valongo, maior porto escravagista da história mundial. O lugar, que foi cenário da maior atrocidade contra o povo negro e certamente uma das maiores da história da humanidade, se transforma em espaço para mulheres e homens negros falarem por si de suas existências e resistências e celebrarem sua arte, sua luta e as potências de suas vozes.

A Flup é precedida por um processo formativo, que já resultou na publicação de 20 livros com autores e autoras das periferias da cidade. Dentre os autores e autoras que passaram por essas formações estão Ana Paula Lisboa, Yasmin Thayná e o fenômeno Geovani Martins, jovem morador da Rocinha cujo livro de estreia foi traduzido para mais de 10 países. Segundo seus organizadores, pode-se atribuir à Flup a emergência da primeira geração de escritores e escritoras oriundos das favelas cariocas.

Clique aqui e confira a programação completa do evento, especialmente as que ocorrerão no final de semana.

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