O Ministério da Cultura (MinC), por meio do Departamento de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas (DLLLB), abriu na última segunda-feira (10) as inscrições para o Prêmio Literário Ferreira Gullar. Serão destinados R$ 30 mil para premiar estudantes dos ensinos fundamental e médio das redes pública e privada que desenvolverem jogos eletrônicos ou aplicativos que incentivem a leitura e, sobretudo, o conhecimento da obra do poeta Ferreira Gullar. O edital fica aberto até 16 de maio.

De acordo com as regras do edital, além do prêmio em dinheiro, os três primeiros colocados receberão um troféu e um diploma, sendo que o primeiro lugar receberá R$ 10 mil, o segundo, R$ 7.142,86 e o terceiro, R$ 4.285,72. As inscrições poderão ser feitas no site do Ministério da Cultura, sendo necessária a anexação de toda a documentação dentro do Sistema de Acompanhamento às Leis de Incentivo à Cultura (SalicWeb).

Conforme informou o Ministério, a iniciativa faz parte do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL), “uma das principais políticas desenvolvidas pela pasta”. Entre as diretrizes do PNLL estão a democratização do acesso à cultura e o fomento à leitura. Dentro dessa proposta, o edital surge com o objetivo de estimular a leitura e, ao mesmo tempo, homenagear o escritor Ferreira Gullar, morto em dezembro de 2016.

Ferreira Gullar

Nascido em São Luís, no Maranhão, Ferreira Gullar (pseudônimo de José de Ribamar Ferreira) foi poeta, crítico, ensaísta e líder do movimento literário conhecido como Neoconcretismo, surgido no Rio de Janeiro na década de 50. Os neoconcretistas acreditava que a arte tinha sensibilidade, expressividade e subjetividade próprias e eram contrários às atitudes cientificistas e positivistas nas manifestações artísticas.

Gullar iniciou a poesia concreta com o livro A Luta Corporal, publicado em 1954. Em 1956, participou da primeira exposição de poesia concretista, que foi realizada em São Paulo, da qual Lígia Clark e Hélio Oiticica foram alguns dos destaques. Algum tempo depois, rompeu com os concretistas e passou a ligar-se ao pensamento progressista do período, passando a ter forte envolvimento político. Filiado ao Partido Comunista Brasileiro, Gullar chegou a ser preso e exilado durante o regime militar. Nesse período, publicou Poema Sujo (1975), quando estava no exílio em Bueno Aires. Voltou ao Brasil em 1977.

O poeta escreveu diversas peças teatrais, em parceria com outros dramaturgos, como Oduvaldo Vianna Filho, o Vianinha, e Dias Gomes. Recebeu o Prêmio Jabuti de Melhor Livro de Ficção de 2007, com Resmungos. Em 2010, recebeu o Prêmio Camões e, quatro anos mais tarde, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras. No ano passado, foi agraciado com a Ordem do Mérito Cultural (OMC) no grau máximo Grão Cruz. Oferecida pelo MinC, a OMC é a principal condecoração pública da área da cultura no Brasil.

*Com informações do MinC

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