No dia 15 de outubro se comemora o dia do professor.  Instituído pelo decreto nº 52.682, de 14 de outubro de 1963, a data tem como objetivo homenagear um dos profissionais mais importantes (se não o mais importante) da sociedade brasileira.

É também da responsabilidade do professor formar quadros para a biblioteconomia, seja do ponto de vista da capacidade técnica, seja do ponto de vista da percepção crítica. E apesar de todos os desafios que se impõem diariamente, os docentes se mostram realizados com suas escolhas.

Abaixo os depoimentos de três professores que têm se dedicado a formar novos bibliotecários. O que existe em comum entre eles é a satisfação em escolher a docência não só como profissão, mas como uma espécie de militância social. Confira:

“Ser professor é constituir, desenvolver um conjunto de competências e habilidades que permitam a otimização de um trabalho eminentemente intelectual. Então acredito que ser professor envolve um conjunto de competências, a saber: 1) a competência humana, ou seja, a capacidade de se relacionar e estimular perspectivas de construção, 2) a competência cognitiva, que é o estimulo à aprendizagem, o aprimoramento da inteligência, a construção do conhecimento propriamente dito, 3) a competência metodológica, que se refere às estratégias utilizadas para desenvolvimento da atividade docente e 4) a competência didática, que é a forma como você consegue expor e transmitir o conteúdo para os alunos.
Além das competências, a atividade docente tem a ver com a competência de trabalho. Ou seja, o docente não é apenas aquele profissional que está em sala de aula, mas aquele profissional que lida com o público, aquele profissional que elabora pesquisa, faz extensão, que orienta, que desenvolve gestão, que se empenha na atividade política. Então ser professor é fundamentalmente uma atividade plural.
Em relação a ser professor na biblioteconomia, eu considero muito gratificante, eu sou muito grato por ser professor da área de biblioteconomia. Foi através dela que eu consegui construir minha base intelectual, minha base humana e de fundamentação docente. E atuar na biblioteconomia é uma satisfação, porque nós estamos construindo novas perspectivas de atuação.”
(Jonathas Carvalho, professor do curso de biblioteconomia da Universidade Federal do Cariri – UFCA)
“Sobre ser professor na biblioteconomia. É um grande desafio?
Dizem que devemos formar profissionais mais críticos, ao mesmo tempo em que sejam exímios  técnicos e saibam usar as tecnologias com um foco mais humano.
Sim, é um grande desafio!
Precisamos achar o equilíbrio entre as demandas acirradas do mundo do trabalho e a formação de um profissional mais social.
Unir metodologias inovadoras às estratégias de ensino pra atrair e conquistar alunos.
Sim, grande desafio!
Conciliar perfis, competências, dons, sonhos, expectativas a uma formação política e consciente. Quiçá convencer a sociedade (e até a própria classe) de seu valor, de sua importância e de seus próprios desafios. Mas é justamente esse desafio que me moveu a escolher a docência.
Não, não foi minha escolha!
A docência que me escolheu. Escolhi o caminho mais difícil. Formar bibliotecários! E tenho a consciência dessa árdua tarefa em desenvolver competências  em pessoas que busquem fazer a diferença no mundo.
Sim, grande desafio.
Parabéns aos meus  nobres colegas professores  que também aceitaram esse desafio.”
(Daniela Spudeit, professora do curso de biblioteconomia da Universidade do Estado de santa Catarina – UDESC).
“Sobre ser professor. … Ainda na infância tudo se passava como brincadeira. Me recordo do quadro negro e do giz como meus brinquedos prediletos. Um pouco depois me tornei professora de verdade e estava entre o mundo das crianças. E por que não, depois da graduação, me tornar uma professora da carreira a qual escolhi?
E para essa pergunta minha resposta foi sim. Ser professor é como ser um colecionador de despertares, incentivador de sonhos e conduzir os alunos às experiências mais diversas produzindo a abertura de novos caminhos e visões.
Mas, acredito que essa complexa tarefa tem dois lados: um mais sublime, que aposta nas pequenas e simples mudanças, e outro mais político, que deve atuar para a transformação intelectual  e profissional dos estudantes.
Por isso tenho refletido muito sobre o meu papel e o como exercê-lo me torna cada vez mais apaixonada pelo que faço. Por isso um colecionador de despertares e aquele observa e através de sua sutileza pode oferecer, muitas vezes, um caminho que o conduz ao despertar para algum sentido, isto é,  a construir suas próprias histórias de vida
Quando me dou conta disso fico feliz e tenho a certeza de que escolhi o caminho certo. Que todos os professores possam ser colecionadores de despertares e semeadores de sonhos.”
(Daniele Achilles, professora do curso de biblioteconomia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO)

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