Por Marco Grillo de O Globo
O ministro da Cultura, Marcelo Calero, negou, nesta sexta-feira, que tenha havido perseguição política na demissão de 81 funcionários comissionados do ministério, no início da semana. Segundo ele, das vagas abertas, entre 40 e 50 serão destinadas a servidores de carreira, por meio de um processo de seleção interno. O restante será extinto.
Calero afirmou que o processo faz parte de um movimento de “valorização do servidor de carreira” e disse que perdeu “pessoas competentes”, inclusive no próprio gabinete. O ministro disse ainda que não haverá prejuízos operacionais para o ministério com a saída dos gestores de diversas diretorias e instituições vinculadas à pasta. Segundo ele, não haverá uma nova leva de demissões.
— O recorte que fizemos (para as demissões) foi o de funcionários comissionados que não eram públicos de carreira. No Brasil, a gente tem que parar com a mania de fulanizar as coisas. Não existe pessoa vital. O que existe são cargos públicos a serem preenchidos por servidores de carreira — afirmou.
O ministro disse também que a nomeação de Oswaldo Massaini Filho para a coordenação-geral da Cinemateca Brasileira será reavaliada nesta sexta-feira. Massaini é acusado de estelionato e recebeu diversas críticas de nomes do setor.
Calero reforçou as críticas feitas à gestão anterior do ministério, comandado por Juca Ferreira até o afastamento da presidente Dilma Rousseff, em maio.
— Pegamos o ministério numa situação de caos administrativo, desmontado. Tínhamos R$ 400 milhões de orçamento, o que não permitiria que o MinC sobrevivesse até o fim do ano. Tínhamos dívida de R$ 1 bi, obras paralisadas, editais não pagos e dívidas com fornecedores — criticou.
O ministro lançou na manhã desta sexta a programação cultural para o período das Olimpíadas e das Paralimpíadas. Ao todo, 561 eventos, a cargo do Ministério da Cultura, acontecerão na cidade. O calendário tem ainda 900 eventos sob responsabilidade da prefeitura.