A Bienal do Livro do Rio de Janeiro é um evento literário brasileiro que acontece desde 1983. Sua a primeira edição foi no hotel Copacabana Palace e, atualmente, tendo alcançado enormes proporções, é realizado no Riocentro, o maior centro de convenções da América Latina. É um superlativo em todos os números, considerado o maior evento cultural da cidade e a maior festa literária do país, o empreendimento é uma parceria entre o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) e os expositores.

E segundo o site oficial “[… ]a cada edição, o evento cultural e empresarial supera expectativas de público, vendas e mídia.” . Os números realmente comprovam isso: a 16ª edição da Bienal do Livro do Rio terminou com 3,5 milhões de títulos vendidos e público recorde de 660 mil visitantes. O levantamento divulgado pela coordenação do evento aponta que a venda de exemplares superou a estimativa dos organizadores, que era de 2,5 milhões. A arrecadação ultrapassou a casa dos R$ 71 milhões, superando em mais de R$ 20 milhões a arrecadação da última Bienal do Livro. Segundo dados divulgados pelos organizadores, o evento literário teve 60 mil visitantes a mais do que o estimado para esta edição.

Agora a pergunta, feira do livro pra quem?

Talvez minha mente esteja se tornando algo intragável, idosa e ranzinza ou, quem sabe, minha busca pessoal por uma vida mais simples e minimalista tenha feito que eu tivesse ojeriza, vou repetir pra dar a dimensão da coisa, o-j-e-r-i-z-a sempre que penso que tenho que ir à Bienal. Gente demais, preços exorbitantes, fila pra tudo: para comprar, entrar, pagar, banheiro, para tirar foto…

Fazendo uma conta rápido: 660 mil visitantes, se somente metade dessa quantidade de pessoas pagou o valor da meia entrada (R$7,00) teríamos um total de 2 milhões e 310 mil reais só de ingressos e isso, é muito dinheiro. Com certeza alguém vai dizer “Poxa tudo tem um custo”. E pra serve todos aqueles patrocinadores? Ou você achou justo o preço de R$4,00 por 300 ml de água? R$18,00 no estacionamento? Os livros nem estava tão baratos assim! Tinha que andar bastante pra conseguir algum livro que estivesse com preço bem cotado e com um desconto considerável, a maior parte dos preços não superava o praticando por e-commerce, com frete grátis.

Poderia continuar uma lista enorme de preços considerados abusivos, só que isso muda de pessoa para pessoa e talvez o que eu considero caro, alguém olhe para o preço com desdém e pague de bom grado.

Aliás, apesar dos protestos pipocando pelo país o mercado do superluxo só cresceu nos últimos 10 anos… Prefiro então citar uma matéria no jornal “The New York Times” publicada em seu site, assinada pelo correspondente no Brasil Simon Ribeiro, em que compara os preços dos serviços entre o Brasil e os Estados Unidos.

Simon escreve sobre o que conhecemos como “Preço Brasil” ou “Custo Brasil”. O exemplo usado foi o da pizza. Os preços de uma pizza de queijo nos EUA variam em torno de 10 dólares, enquanto aqui no Brasil ela pode custar em torno de 30 dólares. O que é, claro, um absurdo, já que pizza é farinha de trigo, água e queijo. E pasmem, na Bienal numa promoção voltada para estudante tínhamos uma pizza de queijo de 6 fatias que custava R$49,00.

Apesar de todas essas reclamações irei à próxima, alias enquanto minha filha deseja essa companhia ranzinza estarei em todas. Contudo a pergunta permanece, com os  preços praticados nesse evento a bienal é para quem?

A próxima Bienal do Livro está marcada para acontecer entre 20 e 30 de agosto de 2015.

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