Do G1 Pernambuco.

No Recife, é precária a situação das bibliotecas públicas. A Biblioteca Popular de Casa Amarela, na Zona Norte da cidade, por exemplo, costumava receber cerca de 50 visitantes por dia, mas o público é cada vez menor e não há sequer um bibliotecário no local. Na Biblioteca Popular de Afogados, Zona Oeste da capital, os mesmos problemas. A situação foi apresentada no Bom Dia Pernambuco desta terça-feira (27).

Em Casa Amarela, a estrutura da biblioteca pública danifica até mesmo o acervo do local. Janelas estão quebradas, algumas lâmpadas estão queimadas e há buracos no teto. A infiltração já destruiu mais de mil livros da coleção, que possui um total de 14 mil obras. Não há bibliotecário no local, por isso, metade do acervo está fora de catálogo. A biblioteca recebia ainda um encontro de poetas mensal, mas a verba foi cortada pela Prefeitura.

O universitário Marcos André Queiroz, que foi à biblioteca buscar livros e acesso à internet, conta que não encontrou rede e que o local pode melhorar. “As bibliotecas desenvolvem um papel fundamental, de incentivo à leitura”, destaca.

Na Biblioteca de Afogados, a situação é semelhante. Na sala de leitura, os ventiladores e lâmpadas não funcionam. Enquanto isso, na sala de informática, nenhum dos nove computadores funciona. O local também não tem bibliotecário e, por isso, os livros ficam espalhados e fora de catálogo.

Murilo Cavalcanti, que é secretário de Segurança Urbana do Recife, pasta responsável pela administração das bibliotecas, explica o porquê de elas não serem vinculadas a setores como Educação ou Cultura. “A biblioteca tem um papel fundamental de reversão da violência urbana”, explica. “Pedi ao prefeito Geraldo Julio que essas duas bibliotecas ficassem com a pasta para ser criada uma rede de bibliotecas, pela paz e pela não-violência na cidade do Recife”, completa o secretário.

Cavalcanti reconheceu as dificuldades e garantiu que o prefeito da cidade, Geraldo Julio, vai assinar a ordem de serviço de reforma das bibliotecas ainda nesta semana. “É responsabilidade dessa gestão recuperá-las e entregá-las ao cidadão como um novo espaço, com uma dinâmica diferente, que a gente está chamando de biblioteca de convivência cidadã, para que a gente possa atrair o jovem”, pontua.

O secretário aponta ainda que a gestão pretende contratar bibliotecários, contadores de histórias e profissionais que criem novas dinâmicas dentro do ambiente, principalmente para as crianças. “O prazo de conclusão é até 31 de dezembro de 2015, para a gente entregar essas bibliotecas recuperadas. Queremos dar essa nova dinâmica, baseada em experiências que deram certo”, completa.

Confira algumas fotos da reportagem:

Bibliotecas públicas do Recife

Comentários

Comentários