A Biblioteca Parque do Rio (BPR) é tudo o que se pode esperar de uma biblioteca em termos de infraestrutura: ampla, colorida e equipada. Uma situação, entretanto, não passa despercebida para quem visita o local: o grande número de moradores de rua que usam (ou desejam usar o espaço). Em virtude disso, uma questão importante se coloca: os funcionários da BPR em particular e das bibliotecas públicas em geral estão preparados para atender estas pessoas?

Atender população de rua num espaço como o da BPR é diferente de atender este mesmo público numa biblioteca especialmente concebida para estas pessoas, a exemplo da Biblioteca do Centro de Referência Especializado de Assistência Social para População de Rua da cidade de Pelotas, no Rio Grande do Sul. No caso da Biblioteca Parque, caso não exista o mínimo de preparo por parte do corpo de funcionários, estas pessoas poderão ser rechaçadas, fazendo com que aconteça uma exclusão maior do que estas estão rotineiramente acostumadas.

A biblioteca não pode e não deve ser um espaço de exclusão. Ao contrário, a biblioteca deve assumir o dever de garantir a qualquer pessoa a participação na vida cultural da sociedade. Para muitas pessoas a biblioteca pública pode ser o único lugar que lhe garante o mínimo de inclusão com educação e diversão. Uma pena que o dilema de fato não seja apenas a da inclusão destas pessoas na biblioteca pública, mas sim a própria existência deste tipo de biblioteca para que esta cumpra uma de suas missões que é a de incluir.

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