Por Rafael Sanson, do Mega Curioso
Muito se fala em cuidados com o acúmulo de bactérias e microrganismos em objetos com os quais temos contato durante nossas rotinas diárias. Manter a higiene das mãos e evitar contato com alimentos ou levá-las à boca antes de estarem limpas é sempre recomendado para não correr qualquer risco de contaminação.
Sobre isso, nós já publicamos o artigo 8 coisas sujas que passam por suas mãos diariamente e também mostramos que há5 desses objetos contaminados que não fazem mal a ninguém. Nesse sentido, algumas pessoas têm cuidados maiores e outras não dão tanta importância, mas será que alguém já parou para pensar o número de organismos infecciosos presentes em um livro de biblioteca?
Um artigo publicado no site Mental Floss direciona a atenção para a possibilidade de contrair qualquer tipo de infecção a partir dos livros emprestados de bibliotecas. De acordo com o autor, os cientistas atuais afirmam que manusear uma obra não será suficiente para deixá-lo doente. No entanto, é no mínimo interessante saber que os livros sim, possuem uma quantidade incrível de microrganismos e bactérias em suas páginas.
Experimento no início do século 20
Há muito tempo a ciência tenta entender a contaminação dos livros. Um artigo de 1911, publicado no Boletim da Associação Médica Bibliotecária, intitulado “A Desinfecção dos Livros”, mostra que a preocupação com os riscos oferecidos pelas obras já existia. O texto revela que na época já se tinha conhecimento sobre os tipos de contaminação presentes nesses itens e cita enfermidades como sarampo, varíola, escarlatina, tracoma (conjuntivite), febre tifoide, difteria, tuberculose e outras.
A preocupação existia, pois uma experiência conduzida por um cientista da época mostrou que a contaminação poderia ocorrer. Ele retirou algumas das partes mais sujas de uma série de livros e as cozinhou em solução salina. Depois, centrifugou o líquido e injetou em porquinhos-da-índia. Não demorou até que a maioria dos animais acabasse morrendo por tuberculose, ou por infecções por sepse e estreptococos.
Logo, a publicação atentava para um costume não higiênico que as pessoas tinham: o de umedecer os dedos com a boca ao estarem folheando os livros. Esse hábito ainda hoje é comum, portanto, se você for uma dessas pessoas que molhas os dedos na boca, é interessante rever isso.
Estudos recentes
Bem, por mais que o risco de infecções não seja tão grande, alguns estudos recentes revelaram a presença de substâncias um tanto quanto desagradáveis nos livros. Em 2013, as obras mais populares da Biblioteca Pública da Antuérpia, na Bélgica, apresentaram traços de cocaína e herpes. Aparentemente, a droga se justifica pela grande rede de tráfico presente na cidade, mas para o vírus não há explicação. De qualquer forma, ambas as substâncias também tinham quantidades minúsculas e insuficientes para causar qualquer consequência.
Um ano antes, em 2012, houve diversos relatos de usuários de bibliotecas públicas americanas sobre a existência de percevejos-da-cama em livros e móveis das salas de leitura. Mesmo com a situação tendo sido controlada, é sempre bom saber que há uma solução para estes casos.
Se você se deparar com algum pequeno ser inesperado desses em um volume que emprestou, a saída é transportar o objeto em uma bolsa de pano e, ao chegar em casa, passar a bolsa em um secador quente durante meia-hora. Segundo a especialista em pesticidas Alicia Leytem, a recomendação é suficiente para matar todos os bichos e ovos presentes na publicação.