Acaba de ser publicado, em formato de e-book e de livre acesso, “O suícidio do escultor Sebastião Mendes de Souza: a dor do preconceito”, novo livro de autoria do professor e bibliotecário Antonio Agenor Briquet de Lemos e do historiador Franscico Phelipe Cunha Paz.
Segundo Ricardo Viera Rosi, a iniciativa de Briquet de Lemos e Cunha Paz é a de revirar fontes originais de século e meio atrás para resgatar a história do artista piauiense que deu fim à própria vida na corte, no ocaso da monarquia e da escravidão brasileira. “Uma história que revela […] tensões subjacentes à trajetória pessoal e ao drama do escultor Sebastião: a discriminação de cunho racial sofrida pelo brasileiro, dada sua condição de negro”.. , ressalta Vieira Rosi na apresentação do livro.
Em seu perfil do Facebook, Briquet de Lemos apresenta a seguinte síntese a respeito da obra:
“Nele os referidos autores contam a história do suicídio de Sebastião Mendes de Sousa. O livro não traz respostas a todas as dúvidas relacionadas ao fato. Uma delas, porém, é muito importante para a história da cultura piauiense, pois é a primeira versão documentada sobre a morte do escultor que confeccionou as portas da igreja de São Benedito, em Teresina. Fiapos de fatos, rastros burocráticos de uma vida, respigados na mídia da época.
Registros limitados à obtenção de uma bolsa de estudos do governo da província, à matrícula no Liceu de Artes e Ofícios e na Academia das Belas Artes, e o desempenho escolar de 1870 a 1882.
Notas lacônicas que não antecipam o destino do escultor que saiu da província e conseguiu, na corte, abrir caminho no cipoal das artes. Uma história de preconceito, analisada na segunda parte, que recria o clima de então e comenta as razões da racialização de nossa vida social. Espera-se que estes textos contribuam para desmistificar a versão idealizada da morte de Sebastião e para que se conheça melhor a presença da mão negra na arte brasileira e a resistência dos afrodescendentes contra seu apagamento da história. E que estimulem, nestes tempos de fake news, aqueles que pesquisam sobre os motivos que levam à ressignificação de um fato real como narrativa, mito ou lenda”.