Do G1 da Zona da Mata

Após quase dois anos de reforma e revitalização, o Museu da Loucura, em Barbacena, no Campo das Vertentes, foi reaberto em uma data significativa, 18 de maio, quando são celebrados os dias da Luta Antimanicomial e Internacional dos Museus. A instituição é conhecida por abrigar um acervo que conta a história do primeiro hospital psiquiátrico de Minas Gerais.

Esta foi a segunda revitalização realizada no prédio, agora aberto para visitações gratuitas. As melhorias são resultado de parceria do Governo do Estado, por meio da Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig) e da Prefeitura.

O subsecretário de Cultura de Barbacena, historiador responsável pelo projeto museológico e curador do Museu, Edson Brandão, destacou que o museu completo e pronto para ser visitado representa uma vitória.

“A importância transcende a questão de memória e de turismo. É um compromisso com a garantia dos direitos humanos através da conscientização das pessoas. É um museu social porque tem um discurso de quebra de preconceitos e de um assunto que é ainda atual, que são as dificuldades relacionadas à area da saúde mental. Queremos fazer as pessoas entenderem que a segregação e separação da sociedade é o problema, e não a doença, que é tratável. Você não pode negar a cidadania de uma pessoa porque ela é doente”, explicou.

O Museu da Loucura completa 20 anos em agosto e estava fechado desde 2014 para as obras de revitalização da estrutura física, do acervo e da exposição permanente. O local reúne textos, fotografias, documentos, objetos, equipamentos e instrumentação cirúrgica, que relatam a história do tratamento do paciente com sofrimento mental.

“Levamos cerca de um ano nas obras físicas do edifício e mais oito meses para a instalação da exposição. A história e o acervo são os mesmos, mas agora são apresentados em um conceito diferente, através de recursos audiovisuais e tecnológicos que, até então, não eram possíveis”, contou o curador.

acervo_museu_da_loucura_barbacena_4Edson Brandão ressaltou que a formatação da exposição permanente é simples para destacar a força do que é apresentado aos visitantes.

“Nosso objetivo é tratar de forma crua e com respeito pelas pessoas que viveram e morreram no Hospital Colônia. É um memorial e um ambiente respeitoso às memórias de quem foi submetido a tratamento no local. Uma forma simples, mas bastante eficiente de recuperar e mostrar esta história”, afirmou.

Desde a criação, foram 131.156 visitantes registrados no livro de assinaturas. O curador recomenda que as pessoas busquem as visitas guiadas.

“É um museu mais técnico, por isso é importante que as pessoas tenham a presença de um guia. Elaboramos um roteiro, está bem cuidado para que nossos visitantes entenderem todo o contexto e a forma como o tema é mostrado”, explicou.

O Museu da Loucura funciona na Avenida 14 de agosto, sem número, no Bairro Floresta, Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena (CHPB). Até 31 de maio, pode ser visitado de segunda a sexta-feira, das 13h às 17h. A partir de 1º de junho, o local estará aberto de terça-feira a domingo, das 9h às 12h e das 13h às 17h.

As visitas podem ser agendadas pelo telefone (32) 3339-2625. Outras informações podem ser solicitadas pelo email chpb.nep@fhemig.mg.gov.br. A entrada é gratuita.

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‘É um ambiente respeitoso às memórias de quem foi submetido a tratamento no Hospital Colônia’, disse o curador do Museu da Loucura (Foto: Deborah Marcier/Divulgação)

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